UNESCO MUSEU NACIONAL

Museu Nacional pode demorar dez anos para ser reconstruído

Intensas chamas atingiram o Museu no último dia 2 de setembro (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A restauração do Museu Nacional, que fica no Rio de Janeiro e pegou fogo no último dia 2 de setembro, deve demorar 10 anos. A estimativa foi feita pela diretora e representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, na última terça-feira, 18.

Uma equipe da Unesco chegou ao Brasil na última semana para analisar a situação estrutural e cultural do Museu Nacional. O incidente chocou o mundo, com vários países se disponibilizando a auxiliar na reconstrução e na “restauração” do acervo – muitas peças podem ser recriadas através de impressoras 3D.

“É um trabalho de muitos anos. Não existe neste momento nenhuma solução mágica que permita reconstruir o museu em alguns meses. Temos um longo trabalho de identificação dos escombros, o que são fragmentos de itens do museu”, explicou Marlova Noleto após uma entrevista coletiva da equipe da Unesco.

A Missão da Unesco no Brasil está sendo liderada pela italiana Cristina Menegazzi. Além delas, participou da entrevista coletiva o consultor do Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauração de Bens Culturais (ICCROM, na sigla em inglês), José Luiz Pedersoli. Dois especialistas alemães também estão participando da missão.

De acordo com o Pedersoli, o primeiro passo é garantir a estabilidade estrutural do prédio, com o objetivo de evitar um possível colapso do histórico local. Apenas depois disso o trabalho de reestruturação poderá prosseguir.

Marlova Noleto explicou que a comunidade internacional está se estruturando para ajudar na reconstrução do Museu Nacional da melhor forma possível. De acordo com a diretora da Unesco no Brasil, os três principais pontos de partida econômicos são o Fundo de Emergência da Unesco, criado em 2015; o aporte de R$ 10 milhões do Ministério da Educação e doações de outros países.

Segundo a diretora, a Alemanha, por exemplo, já se dispôs a doar 10 milhões de euros, enquanto outros países disseram que poderão doar acervos e outros recursos. Já Cristina Menegazzi destacou que existem várias possibilidades para restaurar o acervo perdido nas chamas, como a utilização de impressores 3D e doações de duplicatas.

“É uma coleção muito variada. Alguns objetos são únicos e outros são duplicatas, há muitos objetos do mesmo tipo. O acervo poderia ser reconstituído com doações de outros museus com coleções similares às que estavam no Museu Nacional. […] A maioria da coleção está inventariada o que é um aspecto muito importante para saber o que realmente se perdeu”, afirmou a chefe da missão.

No último dia 5 de setembro, o presidente Michel Temer já havia adiantado que as obras de reconstrução do Museu Nacional devem demorar um ano para serem iniciadas. Isso porque seria necessária a estruturação de um plano executivo antes dos trabalhos começarem.Agência Brasil

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