TURISMO ESPANHA

O verão em um vale chamado Valdivielso

Estrada que vai ao povoado de Tartalés. EFE/ Carla Guimarães

No norte da região de Burgos, na Espanha, há um pequeno vale chamado Valdivielso. Banhado pelo rio Ebro, o vale é formado por 14 pequenos povoados, alguns com apenas dois habitantes registrados. No verão, no entanto, a população de menos de 400 pessoas recebe mais de dois mil visitantes que encontram em Valdivielso um recanto de paz e tranquilidade, onde a vida comunitária e a natureza são as principais atrações.

A melhor maneira para chegar ao vale é de carro, já que dispor de um veículo é essencial para se deslocar pelos diferentes povoados. O primeiro, Valdenoceda, é a porta de entrada de Valdivielso. Antes de avistá-lo, no entanto, o visitante já pode sintonizar a Rádio Valdivielso e entrar na região conectado através das ondas sonoras da emissora. O meio de comunicação comunitário, que existe graças as doações dos moradores, é o centro neurálgico de todo o vale. Seu slogan, “o poder do pequeno”, revela não só uma ideologia, mas também uma forma de ver a vida.

Além de oferecer boa música e informar sobre as principais notícias do dia, a emissora dá voz as reclamações e iniciativas dos moradores, faz entrevistas e organiza diversas atrações durante o verão, como shows, teatro, projeções de filmes e atividades para as crianças. Jokin Garmilla, responsável pela rádio, trabalhava em uma grande empresa discográfica em Madri e decidiu trocar a capital espanhola pela tranquilidade do vale. Ele é um dos exemplos do tipo de habitante da região, que foi despovoada devido a redução da atividade agrícola e a migração dos jovens para os grandes centros urbanos em busca de melhores oportunidades de trabalho e educação. No vale, ficaram os mais idosos e agora começam a chegar diferentes grupos de pessoas que, como Jokin, preferem viver em contato com a natureza e em comunidade, e fogem do individualismo e do stress das grandes metrópoles.

“Nos mudamos para o vale quando nossa filha nasceu. Queríamos fazer uma parada em nossas vidas para desfrutar a infância do nosso bebê. Construímos a casa onde vivemos com nossas próprias mãos e a ajuda de amigos. A construção durou um ano e meio. Quando terminamos, me perguntei: e agora? O que vou fazer aqui? Pouco depois surgiu a oportunidade de abrir a rádio”, explicou Jokin.EFE

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