TRÊS ANOS SEM NOVOS CASOS

OMS afirma que Argentina e Argélia estão livres da malária

Os mosquitos se alimentam principalmente de água e seivas vegetais (Foto: Pixabay)

A Organização Mundial da Saúde declarou oficialmente que a Argélia e a Argentina estão livres da malária. Essa certificação é concedida quando o país não registra novos casos da doença por pelo menos três anos consecutivos.

Segundo dados da ONU, a malária continua sendo uma das maiores causadoras de morte do mundo. De acordo com estimativas de 2017, 219 milhões de casos foram registrados naquele ano, levando 440.000 pessoas à morte, sendo 60% das vítimas fatais crianças com menos de cinco anos.

A malária é uma doença infecciosa que prevalece em países de clima tropical e subtropical e é transmitida através de uma picada de mosquito, o anopheles, que tem a aparência de um pernilongo e age, principalmente, na parte da tarde e da noite. O parasita é transmitido através da picada da fêmea do mosquito.

De acordo com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, os insetos adultos medem de 6 a 15 centímetros e apresentam uma coloração escura, com manchas brancas e asas longas. Os mosquitos se alimentam, principalmente, de água e seivas vegetais e, após o acasalamento, as fêmeas se tornam hematófagas, ou seja, necessitam de uma maior contribuição de proteína na alimentação, facilitando, assim, a transmissão da doença.

Uma vez que o parasita entra no organismo, ele se instala no fígado, multiplicando-se em células hepáticas até que as mesmas se rompem e liberam mais parasitas dentro da corrente sanguínea. Em seguida, o parasita invade e se multiplica nos glóbulos vermelhos, provocando também o rompimento.

Inicialmente, o paciente acredita que está apenas com uma leve gripe, visto que os sintomas da malária podem se manifestar de 9 a 14 dias após a picada do mosquito. Após a infecção, é comum que o paciente se queixe de febre, dores em articulações, vômitos, dores de cabeças, convulsões e até mesmo podem entrar em coma.

Segundo o Ministério da Saúde, ainda não existe uma técnica exclusiva e eficaz para realizar a captura de anofelinos. A única – e arriscada – é através da atração humana, na qual uma pessoa é usada para atrair o mosquito e, desta forma, capturá-lo.

Atualmente, a Argélia é o segundo país do continente africano a ser oficialmente reconhecido livre da malária. O primeiro foram as Ilhas Maurício, em 1973. A Argentina é o segundo país da América do Sul a ser certificado pela OMS como livre da malária, após o Paraguai, certificado em 2018. Respectivamente, Argentina e Argélia relataram seus últimos casos de malária em 2010 e 2013.

Tanto para a Argélia quanto para a Argentina, a luta contra a malária tem sido árdua nos últimos anos. Na última década, uma melhor vigilância dos países permitiu que cada caso de malária fosse rapidamente detectado e tratado. Para esse resultado, ambos os países forneceram diagnósticos e tratamentos gratuitos, garantindo serviços necessários para prevenir e curar a doença.

Na Argélia, a malária foi descoberta pelo médico Charles Louis Alphonse Laveran, em 1880. Na década de 1960, a malária se tornou um grande risco de morte, chegando a 80.000 casos por ano.

A Argentina começou a eliminar a malária em 1970, pulverizando as casas com inseticidas e diagnosticando a doença através da microscopia.

Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, “a Argélia e a Argentina eliminaram a malária graças ao compromisso inabalável e à perseverança das pessoas e líderes de ambos os países. Seu sucesso serve como modelo para outros países que trabalham para acabar com a doença de uma vez por todas”, afirmou Tedros.

Atualmente, a OMS declarou que 38 países já estão oficialmente livres da malária.OMS

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