DRIBLANDO A CRISE - Jovens gregos se voltam para a agricultura
Setor pode ser a chave para a retomada econômica da Grécia (Foto: Pinterest)
Odysseas Elytis, poeta grego ganhador do Premio Nobel de Literatura em 1979, certa vez escreveu que se a Grécia fosse desintegrada, restaria no final apenas uma oliveira, um vinhedo e um navio. Com esses elementos o país poderia ser reconstruído.
Após atravessar oito anos de uma profunda crise econômica, milhares de jovens gregos comprovando as palavras de Elytis e migrando das cidades para o campo. Um deles é Alexandros Kleitsas, de 35 anos. Ele vivou toda a vida na capital Atenas. Há quatro anos, ele trabalhava em empresa privada de controle de qualidade de produtos orgânicos da capital. Após passar dois anos desempregado, ele decidiu que não tinha outra opção a não ser deixar tudo para trás e se mudar para Kalabaka, vilarejo rural a quatro hora ao norte de Atenas, onde moram seus avós.
Lá ele mais três amigos se estabeleceram na agricultura. Hoje ele produz azeite de oliva orgânico e erva-de-são-joão, conhecida por suas propriedades antidepressivas. “Alguém tem que começar a produzir de novo neste país. Não podemos estar todos no setor de serviços, então deixei a cidade. Comecei do zero”, diz ele, em entrevista à Al Jazeera.
Alexandros não é o único. Pela primeira vez em 20 anos, o número de empregados no setor rural está subindo. Segundo o relatório mais recente do serviço de estatística grego, o percentual subiu de 11%, em 2008, para 12,9%, em 2015. Quase metade dos novos agricultores provém das cidades.
O desemprego é um fato crucial no aumento da procura por trabalho nas áreas rurais. A taxa de desemprego para pessoas abaixo dos 25 anos é de 48%. Entre os que têm de 24 a 35 aos, como Alexandros, o percentual é de 30%. A falta de emprego no setor público ou privado levou milhares de jovens na casa dos 20 e dos 30 anos se voltar para a agricultura.
Os agricultores gregos enfrentam obstáculos como qualquer outro empreendedor do país. Entre eles está a constante variação tributária e a falta de empréstimos públicos por parte dos bancos. Desde a recessão os bancos reduziram a concessão de empréstimos, especialmente para agricultores.
Outro desafio é a burocracia grega. “Nós agricultores precisamos estar no campo. As coisas que podem ser feitas de forma eletrônica deveriam ser feitas online, em vez de ter alguém no departamento tributário dizendo ‘Desculpe, atolado de coisas. Volte amanhã’”, critica Thodoris Vasilopoulos, de 35 anos, presidente da Associação de Jovens Agricultores.
Apesar dos desafios, a nova geração de agricultores gregos segue a pleno vapor. Desde a crise de 2008, o PIB da Grécia já encolheu 25% e consumo das famílias caiu 40%. Hoje, a contribuição do setor agrícola para a economia cresceu um bilhão de euros, subindo de 3,1%, em 2008, para atuais 4,2%.
“Nós, os jovens que trabalham no setor primário, temos a chave para a recuperação desta crise econômica. Nós conseguiremos fazer isso, contanto se trabalharmos juntos e trabalharmos duro”, disse Thodoris.Al Jazeera
Odysseas Elytis, poeta grego ganhador do Premio Nobel de Literatura em 1979, certa vez escreveu que se a Grécia fosse desintegrada, restaria no final apenas uma oliveira, um vinhedo e um navio. Com esses elementos o país poderia ser reconstruído.
Após atravessar oito anos de uma profunda crise econômica, milhares de jovens gregos comprovando as palavras de Elytis e migrando das cidades para o campo. Um deles é Alexandros Kleitsas, de 35 anos. Ele vivou toda a vida na capital Atenas. Há quatro anos, ele trabalhava em empresa privada de controle de qualidade de produtos orgânicos da capital. Após passar dois anos desempregado, ele decidiu que não tinha outra opção a não ser deixar tudo para trás e se mudar para Kalabaka, vilarejo rural a quatro hora ao norte de Atenas, onde moram seus avós.
Lá ele mais três amigos se estabeleceram na agricultura. Hoje ele produz azeite de oliva orgânico e erva-de-são-joão, conhecida por suas propriedades antidepressivas. “Alguém tem que começar a produzir de novo neste país. Não podemos estar todos no setor de serviços, então deixei a cidade. Comecei do zero”, diz ele, em entrevista à Al Jazeera.
Alexandros não é o único. Pela primeira vez em 20 anos, o número de empregados no setor rural está subindo. Segundo o relatório mais recente do serviço de estatística grego, o percentual subiu de 11%, em 2008, para 12,9%, em 2015. Quase metade dos novos agricultores provém das cidades.
O desemprego é um fato crucial no aumento da procura por trabalho nas áreas rurais. A taxa de desemprego para pessoas abaixo dos 25 anos é de 48%. Entre os que têm de 24 a 35 aos, como Alexandros, o percentual é de 30%. A falta de emprego no setor público ou privado levou milhares de jovens na casa dos 20 e dos 30 anos se voltar para a agricultura.
Os agricultores gregos enfrentam obstáculos como qualquer outro empreendedor do país. Entre eles está a constante variação tributária e a falta de empréstimos públicos por parte dos bancos. Desde a recessão os bancos reduziram a concessão de empréstimos, especialmente para agricultores.
Outro desafio é a burocracia grega. “Nós agricultores precisamos estar no campo. As coisas que podem ser feitas de forma eletrônica deveriam ser feitas online, em vez de ter alguém no departamento tributário dizendo ‘Desculpe, atolado de coisas. Volte amanhã’”, critica Thodoris Vasilopoulos, de 35 anos, presidente da Associação de Jovens Agricultores.
Apesar dos desafios, a nova geração de agricultores gregos segue a pleno vapor. Desde a crise de 2008, o PIB da Grécia já encolheu 25% e consumo das famílias caiu 40%. Hoje, a contribuição do setor agrícola para a economia cresceu um bilhão de euros, subindo de 3,1%, em 2008, para atuais 4,2%.
“Nós, os jovens que trabalham no setor primário, temos a chave para a recuperação desta crise econômica. Nós conseguiremos fazer isso, contanto se trabalharmos juntos e trabalharmos duro”, disse Thodoris.Al Jazeera
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