DAMARES ALVES

Mídia da Holanda critica declarações de Damares sobre o país

Uma ministra do Brasil parece ter uma imagem muito estranha da Holanda', diz a holandesa RTL Nieuws, (Foto: Valter Campanato/ABr)

As polêmicas da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, atravessaram o Atlântico Norte e desembarcaram na Holanda.

Desde a última quarta-feira, 23, dois veículos de comunicação holandeses, o jornal De Telegraaf e a rede RTL Nieuws, vêm noticiando uma fala da ministra, dita em 2013, durante uma palestra em uma igreja, na qual ela afirma que, na Holanda, é comum os pais contarem fábulas sexuais a bebês e promoverem a satisfação sexual dos mesmos.

“Uma ministra do Brasil parece ter uma imagem muito estranha da Holanda. Damares Alves disse há alguns anos que na Holanda é recomendável satisfazer os meninos a partir dos sete meses de idade”, diz a matéria da RTL Nieuws.

O texto cita um trecho da declaração de Damares, na qual ela afirma que “na Holanda, eles [os governantes] distribuem uma cartilha para os pais, na qual são ensinados a massacrar seus filhos sexualmente”.

A matéria lembra que Damares não é a única a fazer declarações polêmicas no novo governo brasileiro e cita como exemplo a declaração do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, de que a questão das mudanças climáticas é uma conspiração de esquerda “para sufocar o crescimento econômico dos países democráticos capitalistas e promover o crescimento da China” e o fato de ele se opor à globalização por considerar que ela vai contra os valores cristãos.

O texto também lembra que os evangélicos representam cerca de 30% da população brasileira e que sua influência na política do país vem aumentando nos últimos anos. Ele lembra que o próprio atual presidente chegou ao poder tendo nos evangélicos uma importante base de apoio.

O jornal De Telegraaf, ao repercutir a declação da ministra, cita que o tema erotização infantil foi uma importante ferramenta explorada em campanha pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PSL), e lembra que “Bolsonaro e seus partidários alegaram equivocadamente que um chamado ‘kit gay’ foi distribuído nas escolas, com uma mamadeira no formato de um pênis”. O jornal destaca que tentou contato repetidas vezes com a assessoria da ministra para questioná-la sobre as declarações, mas não obteve resposta.

A palestra

A fala da ministra fazia parte de uma palestra na qual ela alerta para uma suposta erotização infantil, que acusa ser patrocinada pelo PT. Em seu discurso, Damares apresenta um slide com informação de que a então prefeita de São Paulo Marta Suplicy (ex-PT e atual MDB), teria contratado uma ONG, por R$ 2 milhões, para ensinar professores de creches sobre ereção de bebês e masturbação.

O slide cita como fonte uma matéria do jornal Estado de S. Paulo. O conteúdo, no entanto, é falso. A ONG Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual (GTPOS), foi contratada por Marta em 2002, para capacitar professores para lidar com temas como planejamento sexual e orientação sexual.

Na época, Marta foi acusada de improbidade administrativa em um inquérito por contratar a ONG sem licitação. Ela foi absolvida em 2015, pela Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo. RTL Nieuws

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