TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL

Brasil cai nove posições em ranking de países menos corruptos

Dois terços dos 180 países avaliados ficaram com pontuação abaixo de 50 (Foto: Pixabay)

O Brasil registrou sua pior posição, desde 2012, em um ranking de países menos corruptos, divulgado pela Transparência Internacional nesta terça-feira, 29.

O país caiu nove posições em 2018 no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), ficando em 105° lugar na lista, que conta com 180 países. O Brasil vem caindo no ranking desde 2014, quando ocupava a 69° posição. Quanto melhor a posição do ranking, menos corrupto é considerado o país. A Transparência Internacional classificou o Brasil como “País em observação” e alertou para possíveis ameaças a conquistas democráticas no governo do novo presidente, Jair Bolsonaro (PSL).

Para o cálculo, o IPC julga o quão corrupto o setor público é percebido por executivos, acadêmicos e investidores. Além disso, o índice analisa o desvio de recursos públicos, nepotismo, burocracia e habilidade do governo para conter a corrupção.

Os esforços para conter a corrupção no Brasil, como a Operação Lava Jato, foram perceptíveis, porém, não representaram uma resposta concreta.

“Para o país efetivamente avançar e mudar de patamar no controle da corrupção, são necessárias reformas legais e institucionais que verdadeiramente alterem as condições que perpetuam a corrupção sistêmica no Brasil”, afirmou a ONG.

A escala do IPC vai de zero (muito corrupto) até 100 (muito íntegro). O Brasil obteve 35 pontos, sendo o pior resultado em sete anos se comparado com outros países como Uruguai (23ª) e Chile (27ª).

“Em meio a promessas de acabar com a corrupção, o novo presidente deixou claro que vai governar com pulso firme, ameaçando muitas das conquistas democráticas alcançadas pelo país”, disse a ONG sobre o governo de Bolsonaro.

A Transparência Internacional relatou que índices elevados de corrupção podem contribuir para um apoio maior a candidatos populistas. “É muito mais provável que a corrupção floresça quando os fundamentos democráticos estão enfraquecidos e, como temos visto em muitos países, onde políticos antidemocráticos e populistas podem usar isso para sua vantagem”, afirmou a diretora da Transparência Internacional, Delia Ferreira Rubio.

Os Estados Unidos também foram apontados no índice, porém, como exemplo de países onde “líderes populistas fizeram campanha contra a corrupção, mas agora ameaçam minar as instituições que foram eleitos para representar, abrindo caminho para mais corrupção”.

Aproximadamente dois terços dos 180 países avaliados ficaram com pontuação abaixo de 50. Desde 2012, apenas 20 melhoraram suas posições. “O fracasso contínuo da maioria dos países em controlar a corrupção de forma significativa está contribuindo para uma crise da democracia ao redor do mundo”, disse a ONG.

Neste ano, o Brasil ficou empatado com a Argélia, Armênia, Costa do Marfim, Egito, Peru, Timor Leste e Zâmbia. “O Brasil precisa começar a olhar para frente no combate à corrupção. Reforma para atacar a causa do problema de corrupção sistêmica”, disse o porta-voz da Transparência Internacional.

Para realizar progressos, a Transparência Internacional recomendou que os governos fortaleçam suas instituições a fim de checar o sistema político; além de reduzir a distância entre a legislação anticorrupção, a prática e a fiscalização; apoiar organizações da sociedade civil; e ter uma mídia independente e livre.DW

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A surpreendente cratera de Xico

Por que não enxergamos estrelas verdes ou roxas?

Egípcia posa nua em blog e provoca indignação