EUA JUSTIÇA

Hospital erra, e mulher autoriza desligamento de aparelhos de pessoa errada

Hospital nos EUA em foto de 2018. EFE/George Frey

Uma mulher de Nova York que cuidou por vários dias de seu irmão e que, após a confirmação da sua morte cerebral, ordenou que fosse desligado dos aparelhos que o mantinha vivo processou o hospital após descobrir que o homem em questão não era seu irmão.

O processo foi apresentado contra o hospital público Sainy Barnabas na Suprema Corte do Bronx por Shirell Powell, cujo irmão Frederick Williams, de 40 anos, tinha sido paciente de tal centro de saúde.

De acordo com o processo, Powell, que alega ter sofrido danos emocionais pela negligência do hospital, recebeu uma ligação de um médico do centro sanitário em 15 de julho de 2018 para informar-lhe que seu irmão tinha sido internado em estado inconsciente.

O processo, apresentado no último dia 15 de janeiro, destaca que o homem internado no hospital, e que tinha documentos de identidade, entre eles o do seu seguro social, era Freddy Clarence Williams.

"Esse Frederick Williams e Freddy Clarence Williams são pessoas diferentes", afirma o documento do processo, ao qual a Agência Efe teve acesso.

Além disso, indica que a litigante compareceu no dia 15 de julho de 2018 ao hospital, onde foi informada pelo mesmo médico que lhe ligou que seriam realizados alguns exames em Williams, que não tem um segundo nome.

"Estava entubado e estava um pouco inchado, mas se parecia muito com meu irmão", disse a mulher ao jornal "New York Post".

"Ele não podia falar quando lhe levaram ao hospital. Simplesmente assumiram que se tratava do meu irmão", afirmou a mulher ao jornal nova-iorquino.

Powell, de 48 anos e residente do distrito do Brooklyn, também alegou à corte que dois dias mais tarde foi informada que Frederick Williams, seu irmão mais novo, tinha sofrido severo dano cerebral como resultado de uma overdose de narcóticos e que seria transferido ao asilo do mesmo hospital.

"Foi realmente doloroso", declarou a litigante, que também disse ao jornal que uma das duas filhas do seu irmão, de 17 anos, viajou para Nova York antes que fosse desligado dos aparelhos que lhe mantinham vivo.

A litigante permaneceu ao lado de quem acreditava ser o seu irmão de 17 de julho, quando foi levado ao centro hospitalar, até o dia 29 daquele mês, quando autorizou o desligamento dos aparelhos.

Powell pediu então que fosse realizada uma autópsia. De acordo com o processo, o hospital identificou o morto com o Escritório do Médico Legista como Frederick Williams.

No entanto, no dia 16 de agosto, o legista lhe identificou como Freddy Clarence Williams.

Como resultado da confusão, a litigante autorizou a interrupção do tratamento médico de uma pessoa que não era o seu irmão, segundo argumento ao tribunal em uma ação que não especifica o valor da indenização econômica reivindicada.

Powell soube depois que seu irmão estava na prisão municipal de Riker desde 1º de julho do 2018 e, alguns meses depois, presenciou uma audiência de Frederick na Suprema Corte de Manhattan.

"Vi meu irmão e não podia acreditar", lembrou a mulher, que também teve a chance de conversar com seu irmão mais novo.

Por um lado, disse que agradece por estar vivo, mas, pelo outro, lamenta por ter "matado alguém que foi um pai ou um irmão".

Nesse sentido, Alexander Dudelson, advogado de Powell, se comunicou com o hospital em uma tentativa infrutífera de obter mais informação sobre Freddy Clarence Williams.

A própria Powell pediu informação ao escritório do legista sobre a família de Freddy para enviar-lhe condolências, mas teve seu pedido negado com base na lei de privacidade.EFE

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