JAPÃO RÚSSIA

Abe reafirma vontade de assinar acordo de Paz com a Rússia

Putin e Abe em foto de 22 de janeiro. EFE/ Alexander Nemenov

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, reafirmou nesta segunda-feira diante do Parlamento japonês sua vontade de solucionar a disputa territorial com a Rússia pelas ilhas Curilas mcom a assinatura do acordo de paz pendente desde o final da II Guerra Mundial.

"Compartilho uma firme determinação com o presidente russo, (Vladimir) Putin, para não deixar sem resolução um assunto que está assim há mais de 70 anos", disse o líder japonês durante seu discurso na primeira sessão parlamentar do ano no Japão.

Abe afirmou que pôr fim à disputa territorial com a Rússia será uma das prioridades da presente legislatura em matéria diplomática, depois de realizar na semana passada uma cúpula em Moscou com Putin na qual ambos os líderes se comprometeram a acelerar os esforços para assinar um acordo de Paz.

Apesar disso, não está claro se ambas as partes alcançaram algum avanço para resolver suas diferenças sobre as quatro ilhas Curilas do Sul - Iturup, Kunashir, Habomai e Shikotan -, em poder soviético primeiro e depois russo desde o fim da disputa mundial e reivindicadas desde então por Tóquio, onde são conhecidas como Territórios do Norte.

Abe e Putin devem realizar uma nova cúpula em junho em Tóquio para continuar com o processo negociador que abriram com base na Declaração União Soviética-Japão de 1965, um texto que segundo Tóquio contempla a devolução de duas das quatro ilhas prévias à assinatura de um tratado de paz.

O líder conservador japonês mostrou seu objetivo de "construir novas capacidades de Defesa" para o Japão nas áreas espaciais e de cibersegurança, assim como de reformar a Constituição nacional para ampliar as competências com as quais o país conta em matéria militar.

Abe afirmou que durante esta legislatura "se deve aprofundar o debate" sobre a reforma da Carta Magna, que constitui uma de suas prioridades políticas e que suporia dar um reconhecimento até agora inexistente no texto ao Exército japonês, que é denominado Forças de Autodefesa.

A reforma constitucional é vista com reservas por países vizinhos como a China e a Coreia do Sul que sofreram com o passado militarista do Japão, e para que passasse adiante, seria necessária uma grande maioria parlamentar e sua ratificação em um referendo.

Por sua vez, o imperador Akihito mostrou seu desejo de que o Parlamento japonês "siga fazendo esforços para melhorar a vida dos japoneses e para contribuir para a paz e a prosperidade do mundo", durante seu último discurso parlamentar antes de sua abdicação, previsto para final de abril.EFE

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