BRASIL AMAZÔNIA

Mourão: 'Faltam comando e controle das políticas para região amazônica'

© Luisa Gonzalez/Reuters

Ao explicar como e com que objetivo vai trabalhar o recém-anunciado Conselho da Amazônia, o vice-presidente Hamilton Mourão, encarregado de comandá-lo, declarou que faltam hoje ao governo "comando e controle" e "coordenação" das políticas voltadas para a região e reconheceu que ainda está "analisando a missão" dada a ele pelo presidente Jair Bolsonaro.

"Existe uma série de políticas desenvolvidas por diferentes ministérios que estão ligadas ao meio ambiente e à Amazônia. É uma tema transversal. Ele não pertence só ao Ministério do Meio Ambiente, não pertence só ao Ministério de Infraestrutura, não pertence só ao Ministério de Desenvolvimento Regional", explicou o vice-presidente em entrevista à GloboNews. "A gente nota nitidamente que tem de ter um organismo que controle isso e coordene as atividades."

Bolsonaro anunciou a criação do Conselho da Amazônia na terça-feira, 21, mesmo dia em que começava o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. A emergência climática e a preservação ambiental estão entre os temas de mais destaque na edição deste ano do evento.

No dia seguinte, o maior auditório do Fórum recebeu uma sessão especial sobre como garantir um futuro sustentável à Amazônia, em que o diretor de pesquisa da Academia Brasileira de Ciências, Carlos Nobre, defendeu que conservar a região é muito mais lucrativo do que substituir a floresta por monocultura ou pecuária.

"Não tem a mínima dúvida que o meio ambiente é o tema central no século 21, principalmente nesta terceira década", disse Mourão na entrevista. Ele reconheceu que não se pode fugir da realidade em que grandes fundos de investimento mundo afora estão "colocando selo verde", ou seja, exigindo padrões de boas práticas ambientais de países e empresas em cujos ativos eles investem. "Se é preocupação desses fundos com a vida na Terra ou um instrumento de pressão sobre nações em desenvolvimento, não interessa. Temos de nos adaptar e dar respostas corretas ao que está ocorrendo no mundo."

Questionado sobre a imagem ruim que a política ambiental do Brasil tem atualmente no exterior, o vice-presidente afirmou que existe uma pressão internacional sobre o País pelo fato de Bolsonaro ser "encarado por parcelas da inteligência mundial ou formadores de opinião" como alguém que não está não comprometido com a preservação ambiental. "(Mas) o presidente não deu ordem para tacar fogo na floresta nem fazer genocídio dos povos da floresta."ESTADAO

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