EUA AMÉRICA LATINA

Biden escolhe afro-americano para chefiar diplomacia para a América Latina

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nomeou nesta sexta-feira o veterano diplomata Brian A. Nichols para chefiar a diplomacia do país para a América Latina no Departamento de Estado. Se for confirmado pelo Senado, ele será o primeiro negro a ocupar o cargo em mais de 40 anos. A Casa Branca anunciou em comunicado a nomeação de Nichols, que é embaixador no Zimbábue desde 2018 e que também comandou a legação diplomática americana no Peru de 2014 a 2017. O último diplomata negro a assumir o cargo de chefe da diplomacia dos EUA para a América Latina foi Terence Todman, em 1977. Nichols ganhou algum destaque na imprensa americana no ano passado quando foi crítico em relação à morte de George Floyd após ser imobilizado e asfixiado por um policial branco na cidade de Minnesota. "A morte de Floyd foi uma tragédia que irritou e horrorizou os americanos", disse Nichols, que também falou de sua experiência pessoal. "Como afro-americano, desde que me lembro, sempre soube que meus direitos e meu corpo não eram somente meus", afirmou, na época. A declaração também incluiu críticas à situação dos direitos humanos no Zimbábue, o que gerou críticas do partido do presidente do país africano, Emmerson Mnangagwa, que acusou o embaixador dos EUA de ser um "mafioso" e de financiar os protestos contra o mandatário. É incomum para um diplomata americano fazer tais comentários. Na verdade, foi a primeira vez que Nichols ganhou manchetes por esses tipos de posicionamento. Diplomata de carreira, Nichols tem ampla experiência em trabalhos relacionados à América Latina e no combate ao tráfico de drogas. De 2011 a 2013 ele chefiou o escritório que cuida do combate ao narcotráfico no Departamento de Estado, e de 2007 a 2010 foi o vice-chefe de missão na embaixada na Colômbia, onde supervisionou programas de desenvolvimento. Ele também comandou a subdivisão do Departamento de Estado destinada ao Caribe, trabalhou na seção para a América Central e no escritório de assuntos políticos da ONU. Nichols serviu ainda como conselheiro político adjunto no México e, no início da carreira, ocupou vários cargos nas embaixadas dos Estados Unidos em El Salvador, Indonésia e Peru.EFE