BRASIL SANEAMENTO-BÁSICO

Cem maiores cidades do Brasil perdem 36% da água tratada, aponta ranking
© iStock (Foto ilustrativa) As cem maiores cidades do país perdem, em média, 36% de água tratada, enquanto o índice nacional é de 40%. Os dez municípios com os piores índices, no entanto, chegam a ver desperdiçados de 52% a 77% da água produzida, segundo ranking anual de saneamento do Instituto Trata Brasil, publicado nesta segunda-feira (20). A lista considera os cem municípios mais populosos no Brasil. Os 20 no topo da lista têm, em média, 99% da população com acesso a água potável, 98% com serviço de coleta e 80% com tratamento de esgoto. Enquanto o abastecimento cobre 79% da média da população dos 20 municípios no fim da lista, a coleta de esgoto chega a apenas 29%, e o tratamento, a 18%. A cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, foi a primeira a obter, desde o início do ranking, em 2009, nota máxima nos serviços de distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto. O estudo aponta que as 20 cidades mais bem posicionadas têm 235% a mais de cobertura de coleta e 340% a mais no tratamento de esgoto do que os últimos 20 municípios. Enquanto o primeiro grupo investe anualmente, em média, R$ 166,52 por habitante, o segundo gasta R$ 55,46. Os dados consideram informações de 2021 do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), do governo federal. Em relação à edição passada, os indicadores de água e esgoto pioraram, mas isso se deve a mudanças de cidade. Marabá, que entrou na lista neste ano, por exemplo, coleta 0,73% de esgoto. O ranking é um alerta, segundo o instituto, para as cidades que precisam ampliar os serviços de saneamento ou mantê-los, no caso bem-sucedido de São José do Rio Preto. Isso porque os dados dessa edição são os primeiros reunidos após marco legal do saneamento, aprovado em 2020. "O grande desafio é os prefeitos entenderem seu papel e sua competência no tema. Eles são os responsáveis por atingir as metas do marco legal. Para isso, precisam entender o modelo de gestão que vão escolher, de acordo com a realidade do seu município", diz Luana Pretto, presidente do Instituto Trata Brasil. Os modelos podem ser as concessões, incentivadas pelo marco legal, ou os contratos com companhias estaduais. O modelo de gestão escolhido passa pela elaboração de projetos de saneamento, que podem exigir capacidades técnicas e financeiras inviáveis para a maioria das cidades no país. FOLHAPRESS

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