INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Avanço da inteligência artificial faz estrelas do rock e do cinema ressuscitarem
"Você é um menino de verdade. Tão real quanto qualquer outro que eu já fiz, o que de certa forma me torna a sua Fada Azul", diz o cientista e criador da criança-robô David no filme "A.I.: Inteligência Artificial", dirigido por Steven Spielberg em 2001. Na trama, uma nova tecnologia permite a criação de seres robóticos que se assemelham aos humanos. David, projetado para substituir um menino de verdade que morreu, é perfeito em aparência, enganando quem não sabe que ele é cria de um laboratório. Da mesma forma que o cientista do filme ressuscitou uma pessoa que havia falecido, a tecnologia da vida real, hoje em dia, já consegue fazer algo parecido no mundo das artes. Novas ferramentas têm possibilitado a criação de versões digitais do visual e da voz de artistas como o ator Peter Cushing e o músico Freddie Mercury. Morto em 1994, o astro de "Star Wars" integrou o elenco de um dos mais recentes filmes da franquia intergaláctica, enquanto o vocalista do Queen, que nos deixou em 1991, cantou num programa televisivo da Coreia do Sul nos últimos meses. Mas há uma diferença entre as tecnologias que os trouxeram de volta à vida. Cushing foi recriado por meio de computação gráfica, ou CGI, técnica utilizada há décadas em Hollywood. Profissionais de pós-produção simplesmente "desenharam" cada movimento do ator do zero e o inseriram nas cenas gravadas para "Rogue One: Uma História Star Wars". Fãs inundaram a internet com críticas à versão falsa, apontando gestos caricaturais demais e a falta de verossimilhança. Alguns deles até "corrigiram" os problemas e inseriram digitalmente o rosto original de Cushing no filme por meio do deepfake -técnica de sobreposição de um rosto a outro por meio de inteligência artificial-, o que gerou resultados bem melhores. No caso de Freddie Mercury, é impossível dizer que a voz recriada para o programa de TV é de mentira -não fosse o fato de ele cantar em coreano, língua que nunca falou. Também usando inteligência artificial, a empresa Supertone fez com que um computador aprendesse timbre, entonação e respiração do músico, criando uma versão assombrosamente semelhante à sua voz. Ainda na música, a banda Nirvana, que acabou em 1994 com a morte de Kurt Cobain, ganhou neste ano uma nova canção para seu repertório, criada por um software. Parte do projeto"Lost Tapes of the 27 Club", que contempla ainda nomes como Amy Winehouse e Jimi Hendrix, o programa analisa cerca de 30 canções de cada artista, estuda melodias, variações de acordes, letras e padrões nos instrumentos para gerar uma composição inédita.FOLHAPRESS

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