NA CIDADE UNIVERSITÁRIA 4


Hospital Bettina ajuda a reduzir casos de estrabismo no Pará

O Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), da Universidade Federal do Pará (UFPA), é a única instituição pública que realiza cirurgia de estrabismo por meio do Sistema Única de Saúde (SUS) no Pará. A doença ocular se caracteriza pelo desalinhamento dos olhos e no Bettina são realizadas em média 15 cirurgias por mês tendo como maior demanda o público infantil.

A médica preceptora do Hospital Bettina e especialista em estrabismo, Etiene Mendes dos Santos, explica quando diagnosticado e tratado precocemente, menor será o prejuízo para a visão, e que a doença pode ser congênita - quando a pessoa nasce com o problema - ou adquirida - seja por um trauma ou alteração na acomodação da visão.


Segundo ela, o estrabismo é classificado em esotropia, quando um ou os dois olhos se convergem para dentro, na direção do nariz; exotropia, identificado como o desvio divergente, com um ou os dois olhos se deslocam para fora; e hipertropia ou vertical, quando o deslocamento ocorre para cima ou para baixo.

“Quando congênito, o estrabismo é percebido a partir do sexto mês de vida, porque até esta fase a criança não está com a função visual desenvolvida. Por isso, é bom que fique claro que a falta de controle no movimento dos olhos de um bebê não caracteriza a alteração ocular”, enfatiza a oftalmologista.

Devido à doença se manifestar nessa idade, a médica aconselha que os pais levem seus filhos ao atendimento médico para fazer o teste do olhinho. Entretanto, para que seja confirmado o diagnóstico Etiene aconselha que devem ser feitos outros exames oftalmológicos como acuidade visual e fundo de olho.

Cirurgia – A especialista em estrabismo esclarece ainda que na infância, antes de fazer qualquer tipo de cirurgia, é necessário o profissional de saúde verificar como está a visão do paciente. Por isso, recomenda uma avaliação completa da visão. Quanto aos adultos, o procedimento cirúrgico é destinado apenas por uma questão estética, pois nesta faixa etária a visão já está prejudicada, ou seja, continua a mesma antes de entrar na sala de cirurgia.



Dependendo da complexidade da cirurgia o tempo de duração leva de 30 a 60 minutos. O pós-operatório depende da condição de cada pessoa e para evitar imprevisto, no dia seguinte, o paciente é obrigado a comparecer ao consultório médico para primeira avaliação. Depois, a orientação é retornar em quinze dias e, posteriormente, a cada mês.

A menina Vitória Santos, 3 anos, submeteu-se ao procedimento cirúrgico no último dia 13. No dia seguinte, ela compareceu à consulta para os primeiros exames pós-cirurgia. Para alívio de sua mãe, Joseane Santos, a recuperação da menina estava dentro padrão.

“Procurei logo o tratamento para ela, porque não queria que no futuro ela ficasse com a visão prejudicada nem se sentindo mal por ser estrábica. Para garantir o sucesso do tratamento, vamos seguir à risca todas as recomendações médicas”, declarou a mãe da menina.

A atendente Andreia Silva fez a cirurgia no olho direito. Ela conta que ao ser atingida no olho com um caroço de açaí passou a sentir vários problemas. O último foi a presença do estrabismo, detectado há cinco anos e que a incomodava, ao ponto de afetar sua autoestima.

“Sentia-me muito incomodada, porque eu falava com as pessoas e percebia que não sabiam se eu olhava para elas ou não com o olho direito. Agora, estou satisfeita porque não passarei mais por esse constrangimento”, falou a jovem.

Acesso - Para ter acesso à cirurgia de estrabismo, a pessoa deve ser encaminhada por uma Unidade Municipal de Saúde para o Hospital Bettina, onde passará por avaliações oftalmológicas para que seja avaliada a necessidade ou não de realizar o procedimento cirúrgico.

Teste do olhinho - No Hospital Bettina, o exame do olhinho é feito toda segunda-feira, a partir das 13h. Entretanto, é preciso agendá-lo. A marcação é feita diariamente na Central de Regulação do HUBFS, das 7h às 11h, com apresentação da Certidão de Nascimento e Carteirinha de Saúde da Criança e cópias da Carteira de Identidade (RG), do CPF e comprovante de residência dos pais. O Bettina fica no Campus IV da UFPA, rua Augusto Corrêa, nº 1, bairro do Guamá, com acesso também pela avenida Perimetral, portão IV da UFPA, Terra Firme. Mais informações pelos telefones: (91) 3201-8596 / 3201 8609 / 3201 7818.

Texto e fotos: Edna Nunes – Ascom/HUBFS/UFPA.

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