Síndrome do ‘sempre ligado’ aflige usuários de smartphones


Você está de férias, mas checa os e-mails do trabalho assim que acorda. E fica preocupado se o hotel não tiver um bom wi-fi ou se seu celular ficar sem sinal.

Esses são típicos indícios de que você pode sofrer do estresse conhecido como “sempre ligado”, que afeta pessoas que não conseguem largar de seus smartphones.

Para alguns, os aparelhos os liberaram de uma rotina rígida no escritório. As horas de trabalho ficaram mais flexíveis, dando mais autonomia ao funcionário. Para outros, no entanto, os smartphones se transformaram em verdadeiros tiranos dentro do bolso, impedindo que seus usuários se desconectem do trabalho.

E essa dependência torna-se cada vez mais preocupante, segundo observadores.

O americano Kevin Holesh estava tão preocupado com o fato de ignorar cada vez mais parentes e amigos por conta de seu iPhone que criou um aplicativo – Moment – para monitorar seu próprio uso.

O aplicativo lhe permite contar a quantidade de tempo gasta no smartphone e adverte se esse uso ultrapassar limites que Holesh se autoimpôs.

“O objetivo é promover o equilíbrio na vida”, diz seu site. “(Passar) um tempo no telefone e um tempo sem ele, aproveitando sua família e seus amigos.”

E alguns empregadores estão percebendo que não é muito fácil manter esse equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Alguns precisam de ajuda externa.

A montadora alemã Daimler, por exemplo, recentemente passou a oferecer um “apagador” automático de e-mails para funcionários em férias, reconhecendo que muitos têm dificuldade em se desligar do trabalho.

“Os impactos negativos dessa cultura do ‘sempre ligado’ são que a sua mente nunca descansa, você não dá ao seu corpo o tempo para se recuperar e fica sempre estressado”, disse à BBC a psicóloga ocupacional Christine Grant, do centro de pesquisas em psicologia e comportamento da Universidade Coventry (Grã-Bretanha).

“E, quanto mais cansaço e estresse, mais erros cometemos. A saúde mental e física pode sofrer.”

O fato de podermos estar conectados ao trabalho em qualquer lugar do mundo está fomentando inseguranças, prossegue Grant.

“Há uma enorme ansiedade quanto a delegar”, diz. “Na minha pesquisa, encontrei diversas pessoas exaustas porque viajavam conectadas o tempo todo, independentemente do fuso horário em que estivessem.”

As mulheres causam preocupação em especial: muitas passam o dia trabalhando, voltam para casa para cuidar dos filhos e ainda fazem uma jornada extra no computador antes de dormir.BBC

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