CIÊNCIA PEIXE

Peixe desafia teoria de extinção da espécie

Acredita-se que o peixe molinésia-amazona seja um híbrido surgido após a reprodução entre duas espécies de peixes aparentados (Foto: Manfred Schartl/University of Wurzburg/Handout via REUTERS)

A teoria da evolução sugere que as espécies que se reproduzem de forma assexuada tendem a desaparecer rapidamente, já que seu genoma acumularia mutações mortais ao longo do tempo. Porém, um pequeno peixe está desafiando esta teoria. A molinésia-amazona, que vive no México e no sul dos Estados Unidos, sobrevive apesar de milhares de anos de reprodução assexuada. O estudo foi publicado na revista Nature Ecology and Evolution.

Na reprodução assexuada, o macho não é necessário. Os novos descendentes têm uma cópia exata do genoma da mãe. Todos os descendentes nascidos da reprodução assexuada podem continuar se reproduzindo. Só que eles apresentam uma variabilidade limitada. E é essa variabilidade que permite que as populações respondam e superem as mudanças no meio ambiente e outras pressões seletivas.

Acredita-se que o peixe molinésia-amazona seja um híbrido surgido após a reprodução entre duas espécies de peixes aparentados – o molinésia do Atlântico e o molinésia de Staiflin. “As previsões teóricas eram que uma espécie assexuada passaria por decomposição genômica e acumularia muitas mutações ruins e, sendo clonada, não seria possível depender da diversidade genética para reagir a novos parasitas ou outras mudanças no meio ambiente”, explica o professor Manfred Schartl, da Universidade de Würzburg, que é um dos principais autores do estudo.

“Havia previsões teóricas de que um organismo assexual desapareceria depois de cerca de 20 mil gerações”, diz. Mas o último estudo sobre a estabilidade a longo prazo do genoma da molinésia-amazona lançou algumas novas descobertas sobre a reprodução do peixe.

A molinésia-amazona é um dos poucos animais vertebrados que se reproduzem de maneira assexuada. A equipe de pesquisadores comparou as sequências de genoma da molinésia-amazona de diferentes lugares, como do México e do Estado do Texas, nos EUA. Usando as sequências do genoma, a equipe conseguiu construir uma árvore genealógica, que mostrou que todos os peixes compartilharam o mesmo antepassado e que o peixe progenitor nadou em águas americanas há cerca de cem mil anos. Logo, a molinésia-amazona sobrevive há cerca de meio milhão de gerações, o que vai muito além do que a teoria sugeria. Para Schartl, é o “vigor hibrído” que sustenta a sobrevivência persistente da molinésia-amazona.BBC

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