CIRO IGREJAS

Cármen Lúcia rejeita pedido de Ciro para tirar do ar vídeo com críticas a igrejas

O Globo A ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou um pedido feito pelo PDT para remover um vídeo de Ciro Gomes, candidato do partido à Presidência da República, criticando igrejas. O vídeo reuniu diferentes declarações dele e, segundo o PDT, foi editado de forma a usar frases descontextualizadas para dar a entender que Ciro é contrário às crenças cristãs. Em julho, durante o recesso do TSE, o então presidente da Corte, o ministro Edson Fachin, já havia negado o pedido do PDT para remover o vídeo. Agora, Cármen Lúcia, que é a relatora, reiterou a determinação. Ela citou um trecho da decisão de Fachin, para quem não há “elementos que denotem que o vídeo ultrapassou os limites da liberdade de expressão de modo a interferir negativamente no processo eleitoral”. O PDT argumentou ter ocorrido propaganda eleitoral antecipada negativa, uma vez que o vídeo é anterior a 16 de agosto, quando a campanha começou oficialmente. Cármen Lúcia, porém, disse que os "dados expostos não comprovam" a alegação. Ela apontou que críticas políticas, mesmo quando duras, estimulam o debate. Não é qualquer manifestação crítica que deve ser entendida como propaganda antecipada negativa. Para isso, é preciso um pedido explícito de "não voto" no pré-candidato, um ato que macule a sua honra, ou a divulgação de algo "sabidamente inverídico". O vídeo questionado pelo PDT reúne quatro declarações de Ciro Gomes. A primeira favorável às igrejas, mas as três seguintes contrárias, de forma a tentar mostrar que ele é deferente aos ideais cristãos apenas na campanha. Em uma das declarações, em razão das restrições a aglomerações durante a pandemia, ele defendeu "cadeia" para quem promovesse a "exposição do povo à morte", inclusive para "pastores, padres, seja quem for”. Em outra, ele disse querer "o controle social e o fim da ilusão moralista católica". Por fim, Ciro apontou relação entre igrejas e o narcotráfico.O Globo