Sou uma consequência da Constituição, diz Temer


Após enfrentar a primeira grande crise de seu governo com a exoneração do senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento que foi gravado falando de um “pacto” para barrar a Operação Lava Jato, o presidente interino Michel Temer (PMDB) voltou a negar nesta terça-feira (24) que tenha chegado ao poder por meio de um golpe, como é acusado pela presidente afastada, Dilma Rousseff (PT).

"Sou uma consequência da Constituição", afirmou Temer durante o anúncio das medidas econômicas de sua gestão. "Quero refutar aqueles que a todo instante dizem que houve uma ruptura da Constituição."

Temer disse que tem sido vítima de "agressão psicológica", mas que não será afetado. "Não temos que dar atenção a isso, temos que cuidar do país. Aqueles que quiserem esbravejar façam o quanto quiserem, mas pela via legal."

O presidente interino também reforçou, sem dizer o nome da Operação Lava Jato, que não interferirá nas investigações.

"Não posso invadir a competência de outro poder. Para preservar a coerência da teoria, que a Constituição assim determina, nós não vamos impedir a apuração com vistas à moralidade pública, administrativa, pelo contrário, vamos apoiá-la", garantiu.

Temer também não falou sobre a exoneração de Jucá, mas fez uma menção indireta ao pacto mencionado pelo senador na gravação. "Não queremos esquemas, nem acredito que os nomes apontados queiram. Eles poderão se defender", disse.

Crítica à oposição

Michel Temer destacou a importância da oposição para o processo democrático e disse que muitas vezes ela se manifesta para "você melhorar o que está fazendo".

Apesar disso, o presidente em exercício criticou a oposição, que promete obstruir a votação na nova meta orçamentário no Congresso Nacional, marcada para esta terça.

"Estamos trabalhando e exercendo regularmente nossas funções", disse. "Todos querem testar as instituições nacionais. Lamento dizer que muitos até propuseram a modificação da meta, mas [agora] anunciam que vão impedir a votação."

"Tratava com bandidos"

Temer reclamou que está somente "há 12 dias no governo, mas quando abro jornais e revistas parece que estou há dois anos".

Ele disse também que vê sua ascensão à Presidência da República como "uma missão que Deus" colocou em sua vida para "tirar o país da crise" e que, se chegar no cargo até 2018, quer entregar a nação para a realização de um "eleição tranquila".

No final de seu pronunciamento, Temer subiu o tom ao rebater as críticas aos recuos que fez quanto a assuntos polêmicos, como a extinção do Ministério da Cultura e a falta de mulheres nomeadas para cargos importantes.

"As pessoas se acostumaram que quem está no governo não pode voltar atrás. Somos como JK (o ex-presidente Juscelino Kubitschek) , não temos compromisso com o erro", justificou.

"Dizem que o Temer está muito frágil, não sabe governar. Conversa. Fui secretário da Segurança Pública duas vezes em São Paulo e tratava com bandidos", lembrou, com postura firme. "Procurarei não errar, mas quando o fizer, consertá-lo-ei", acrescentou na sequência, brincando com a construção rebuscada da frase.

Em coletiva posterior ao anúncio, questionado a respeito de Temer ter dito que lidou com criminosos, o ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, disse que a fala foi feita para ilustrar que o peemedebista está "absolutamente preparado para enfrentar as pressões que o cargo da Presidência da República impõe".Band

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