LAVA JATO

Em novo vazamento, Dallagnol promete apoio a Moro

Novos vazamentos aprofundam relação entre Moro e Dallagnol (Foto: Tomaz Silva e José Cruz/ABr)

A Folha de São Paulo e o site “Intercept Brasil” divulgaram, na manhã deste domingo, 23, novas mensagens trocadas entre o ex-juiz federal Sérgio Moro e o coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol. Na conversa, Dallagnol prometeu apoio a Moro em “tudo o que for necessário” contra possíveis “injustas acusações”.

As novas mensagem datam do dia 23 de março de 2016. A conversa entre Moro e Dallagnol demonstra o então juiz federal “chateado” – segundo palavras de Dallagnol. O motivo seria porque, no dia 22 de março de 2016, a Polícia Federal (PF) teria cometido “uma lambança” – de acordo com palavras de Moro.

Na ocasião, a PF teria tornado pública nos autos uma lista com supostos nomes de parlamentares e outros políticos, que teriam recebido doações ilegais da Odebrecht. A lista teria sido apreendida em escritórios da empreiteira. Pelos políticos supostamente envolvidos terem foro privilegiado, o caso iria ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Não pode cometer esse tipo de erro agora”, destacou Moro a Dallagnol, que respondeu se comprometendo a apoiar o então juiz federal. O coordenador da Lava Jato relembrou o apoio da sociedade civil a Moro e prometeu fazer “tudo o que for necessário para defender você [Moro] de injustas acusações”.

A conversa ocorreu em um momento em que Moro estava sob pressão do STF pela divulgação de conversas entre os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. Por na época ser a atual presidente da República, Dilma tinha foro privilegiado, o que a deixava fora da alçada de Moro. Devido a isso, o então juiz federal foi advertido pelo ministro Teori Zavascki, que era o relator da Lava Jato no STF.

Já em um suposto diálogo entre Dallagnol e o delegado da PF Márcio Anselmo, que esteve no comando de algumas das principais fases da Lava Jato, o procurador classificou como “erro” a publicação da lista de políticos. Dallagnol, porém, diminuiu o erro, mas mostrou-se receoso com a possibilidade de que o fato fosse usado “pelo STF contra a Operação e contra o Moro”. Em seguida, revelou que já havia solicitado uma articulação da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

À noite, ainda no dia 23 de março de 2016, Moro mostrou-se insatisfeito com os “tontos” do Movimento Brasil Livre (MBL) por um protesto feito na frente do apartamento de Zavascki, o que, segundo Moro, “não ajuda, evidentemente”. Dallagnol, então, opinou sobre não interferir no assunto, pois integrantes do MBL tinham ficado “bravos” por não ter tido apoio oficial para as manifestações pró-impeachment da então presidente Dilma.Folha de São Paulo

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