CRISE DE FOME

Leis antiterrorismo ameaçam ajuda humanitária na Somália

Mulheres e crianças esperam por ajuda humanitária em Dolo, sul da Somália (Foto: WFP/David Orr)

As rígidas leis de combate ao terrorismo dos Estados Unidos e do Reino Unido estão desestimulando organizações humanitárias a fornecer suprimentos vitais para milhões de pessoas afetadas pela fome e por doenças fatais na Somália.

A Somália é um dos quatro países apontados pela ONU como à beira de um desastre humanitário, resultante da combinação de seca, falta de alimentos e conflitos civis. Os outros três países são: Iêmen, Sudão do Sul e Nigéria.

Segundo agentes humanitários, as leis de combate ao terrorismo britânicas e americanas limitam a ação das organizações. Isso porque elas englobam qualquer pessoa ou organização considerada culpada por fornecer ajuda material a grupos terroristas. Tal fato desencoraja a entrega de alimentos e suprimentos de necessidades básicas a milhares de pessoas que vivem em áreas dominadas por militantes do Estado Islâmico e do al Shabab, uma ramificação da al Qaeda.

Os agentes temem ser enquadrados nas leis de combate ao terrorismo, já que é quase impossível garantir que nenhuma parte da ajuda lançada por aviões cairá nas mãos dos jihadistas. Se forem enquadrados, podem enfrentar julgamentos e condenações. Tal fato desestimula o trabalho nesses locais. O envio de ajuda humanitária por terra envolve o pagamento de “taxas” para diferentes grupos armados que bloqueiam estradas e só permitem a passagem mediante pagamento.

A Somália enfrenta sua pior seca em 40 anos. A falta de água levou a uma severa escassez de alimentos que hoje ameaça matar de inanição 6 milhões de pessoas. Grande parte dos afetados (cerca de 2 milhões de somalis) vivem sitiados em regiões controladas por grupos extremistas.The Guardian

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