MEIO AMBIENTE RENAS

O perigo das mudanças climáticas para as renas

Pesquisadores viram um declínio em longo prazo no peso dos animais (Foto: Pixabay)

Pesquisadores achavam que as renas iriam se beneficiar com as mudanças climáticas, já que as plantas que estes animais comem, crescem mais em verões mais quentes. No entanto, os pesquisadores Åshild Ønvik Pedersen e Jean-Charles Gallet do Instituto Norueguês Polar (NPI, na sigla em inglês) em Tromsø, na Noruega, argumentam que estes benefícios de verões mais quentes vão logo ser anulados pelas consequências de invernos mais quentes e úmidos.

Desde 2000, eles estudam o efeito do fenômeno chamado “rain-on-snow” nas renas da cidade Ny Ålesund. Primeiro é preciso entender o fenômeno chamado “rain-on-snow”. Às vezes, mesmo no inverno, há temperaturas quentes incomuns com chuva. Quando a temperatura volta ao normal, que no Ártico pode chegar a -30°C, a água da chuva que passou pela neve congela, formando uma espessa crosta de gelo.

Segundo os dois pesquisadores, quanto mais espessa é a crosta de gelo, menos renas adultas e filhotes sobrevivem. Estes animais não conseguem pegar a comida que está debaixo do gelo, caso a crosta tenha mais que 2 cm de espessura.

Mesmo os animais que não morrem, sofrem. Outra pesquisa de Steve Albon do Instituto James Hutton em Aberdeen, no Reino Unido, tem pesado as renas regularmente. Eles perceberam que as renas estão perdendo muito peso depois de eventos ruins com gelo. O mais preocupante é que eles viram um declínio em longo prazo no peso dos animais. Em média, uma rena fêmea adulta em Svalbard pesa 12% a menos do que pesava uma em 1994. Isso fez com que muitas renas passassem a pesar menos de 50 kg. Para piorar, experiências sugerem que este baixo peso dificulta drasticamente o sucesso reprodutivo e a sobrevivência dos filhotes.

Segundo a equipe de Ønvik Pedersen, pelo menos outras três espécies também são afetadas. Logo, ele acredita que os eventos “rain-on-snow” podem gerar um efeito cascata no ecossistema ártico.

Agora, eles procuram outros fatores além dos eventos “rain-on-snow” que podem ter efeitos irreversíveis na pirâmide alimentar do Ártico. A ideia é prevenir o caso que ocorreu na península de Iamal na Sibéria, quando os pastores perderam 61 mil animais por causa da fome, depois que tempestades inundaram a região em novembro de 2013.The Economist

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