REFORMA PREVIDÊNCIA
As diferenças e semelhanças entre as reformas do Brasil e da Argentina
Panelaço na Argentina contra a Reforma da Previdência (Foto: Twitter/@emergentemedio)
Enquanto a Argentina acaba de aprovar a Reforma da Previdência, no Brasil, este tema foi adiado para o próximo ano. Em ambos os países, os governos defendem as reformas para combater enormes déficits nas contas públicas.
Na última terça-feira, 19, a Câmara dos Deputados argentina aprovou o projeto de lei. O placar ficou: 128 votos a favor, 116 contra e duas abstenções. O documento retornou para o Senado para aprovar modificações e votar algumas mudanças. Contudo, a lei já está aprovada na prática. No Brasil, a reforma enfrenta forte resistência no Congresso. Por isso, a análise do tema foi adiada para fevereiro de 2018.
O governo argentino pretende poupar 60 bilhões de pesos (R$ 11,2 bilhões) em 2018 por meio da reforma. A reforma muda o cálculo de aposentadorias, pensões e da Quota Universal por Filho (programa similar ao Bolsa-Família). Antes, o cálculo era reajustado usando vários índices como evolução dos salários e arrecadação tributária. Agora, pretende-se usar apenas o índice de inflação. Segundo o site Nexo, o próximo reajuste (em março de 2018) será de 5,7%. Pela regra anterior, ficaria entre 12% e 14%. Para compensar as perdas no período de transição, o governo prometeu um bônus único adicional de até 750 pesos (cerca de R$ 140) a cerca de 10 milhões de aposentados. No entanto, os críticos alegam que a medida é “irrisória”.
No Brasil, a reforma tem alcance mais amplo, interferindo em um público maior. Afinal, a proposta prevê idade mínima para se aposentar, tempo mínimo de contribuição, fim do benefício apenas por tempo de serviço e limites à aposentadoria integral.
Apesar de Macri ter sua popularidade abalada pelo recente desaparecimento do submarino ARA San Juan e pela falha de comunicação da Marinha sobre o caso, a aprovação do presidente, em novembro, era de 54%, segundo o jornal Clarín. No Brasil, por outro lado, a taxa de impopularidade de Michel Temer é de 71%, segundo o instituto Datafolha. Temer enterrou duas denúncias contra si em decorrência da delação da JBS.
A reforma da Argentina foi uma importante vitória política para Macri, mas da mesma forma que ocorre no Brasil, a mudança enfrenta inúmeras críticas da população. Na última terça-feira, 19, a Argentina foi palco de violência entre manifestantes e forças de segurança, greve, além de panelaço em vários bairros de Buenos Aires. Agora, fica a dúvida de como será no Brasil.BBC
Enquanto a Argentina acaba de aprovar a Reforma da Previdência, no Brasil, este tema foi adiado para o próximo ano. Em ambos os países, os governos defendem as reformas para combater enormes déficits nas contas públicas.
Na última terça-feira, 19, a Câmara dos Deputados argentina aprovou o projeto de lei. O placar ficou: 128 votos a favor, 116 contra e duas abstenções. O documento retornou para o Senado para aprovar modificações e votar algumas mudanças. Contudo, a lei já está aprovada na prática. No Brasil, a reforma enfrenta forte resistência no Congresso. Por isso, a análise do tema foi adiada para fevereiro de 2018.
O governo argentino pretende poupar 60 bilhões de pesos (R$ 11,2 bilhões) em 2018 por meio da reforma. A reforma muda o cálculo de aposentadorias, pensões e da Quota Universal por Filho (programa similar ao Bolsa-Família). Antes, o cálculo era reajustado usando vários índices como evolução dos salários e arrecadação tributária. Agora, pretende-se usar apenas o índice de inflação. Segundo o site Nexo, o próximo reajuste (em março de 2018) será de 5,7%. Pela regra anterior, ficaria entre 12% e 14%. Para compensar as perdas no período de transição, o governo prometeu um bônus único adicional de até 750 pesos (cerca de R$ 140) a cerca de 10 milhões de aposentados. No entanto, os críticos alegam que a medida é “irrisória”.
No Brasil, a reforma tem alcance mais amplo, interferindo em um público maior. Afinal, a proposta prevê idade mínima para se aposentar, tempo mínimo de contribuição, fim do benefício apenas por tempo de serviço e limites à aposentadoria integral.
Apesar de Macri ter sua popularidade abalada pelo recente desaparecimento do submarino ARA San Juan e pela falha de comunicação da Marinha sobre o caso, a aprovação do presidente, em novembro, era de 54%, segundo o jornal Clarín. No Brasil, por outro lado, a taxa de impopularidade de Michel Temer é de 71%, segundo o instituto Datafolha. Temer enterrou duas denúncias contra si em decorrência da delação da JBS.
A reforma da Argentina foi uma importante vitória política para Macri, mas da mesma forma que ocorre no Brasil, a mudança enfrenta inúmeras críticas da população. Na última terça-feira, 19, a Argentina foi palco de violência entre manifestantes e forças de segurança, greve, além de panelaço em vários bairros de Buenos Aires. Agora, fica a dúvida de como será no Brasil.BBC
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