Guerras dos refrigerantes


Coca está superando a Pepsi novamente (Reprodução/The Economist)

Em outubro de 1996, a capa da revista Fortune mostrava Roger Enrico, então executivo chefe da PepsiCo, preso dentro de uma garrafa de Coca-Cola, com a manchete “Como a Coca está superando a Pepsi”. Dez anos depois, logo após a Pepsi ter ultrapassado a Coca-Cola em valor de mercado pela primeira vez em 108 anos de rivalidade, a mesma revista fez outra grande matéria a respeito dos gigantes dos refrigerantes. A publicação admitia ter errado na declaração de que a Pepsi havia sido derrotada e a laureava com o título de uma das empresas mais bem administradas dos Estados Unidos.

Adiantemos mais seis anos e mais uma vez a Coca está superando a Pepsi. Ambas estão perdendo consumidores no mercado de bebidas à medida que os consumidores trocam refrigerantes açucarados por opções mais saudáveis como água,chá, sucos e bebidas esportivas. Mas enquanto a Coca-Cola perdeu em média 2% ao ano em volume de vendas de refrigerantes nos EUA desde 2004, a Pepsi perdeu 3%, de acordo com o Sanford C. Bernstein, um banco de investimento. Isso significa que o negócio norte-americano de bebidas da Pepsi encolheu em cerca de 20%. A linha de sucos Simply da Coca-Cola e a mais barata Minute Maid estão expandindo a sua fatia de mercado ao capturar consumidores da linha de bebidas doces com sabores de fruta da Pepsi, a Tropicana. As bebidas esportivas Powerade, da Coca, estão tomando território do Gatorade, a linha da Pepsi para atletas.

Face ao desconforto crescente de investidores com o preço estagnado das ações da Pepsi, o conglomerado de alimentos e bebidas embarcou recentemente num esforço para relançar a companhia. Em 9 de fevereiro o grupo anunciou o corte de 8.700 empregos, isto é, 3% da sua força de trabalho. Tendo investido menos do que deveria em suas principais marcas de bebidas por anos, a companhia anunciou um aumento em marketing e publicidade que irá de US$ 500 milhões a US$ 600 milhões. É preciso recuperar o tempo perdido: ao fim de 2010, a Pepsi gastou 3,3% de sua receita de vendas em publicidade, em comparação a 8,3% despendidos pela Coca-Cola, de acordo com Judy Hong, que acompanha os produtores de bebidas para o Goldman Sachs.

Levará tempo para a nova estratégia surtir efeito, como aconteceu à Coca-Cola quando reprogramou seus planos ao fim da primeira década de 2000 após uma série de reveses de marketing e administrativos. Caso o relançamento não funcione, pode ser que a Pepsi troque de executivo chefe, Indra Nooyi. A companhia parece estar se preparando para uma possível mudança em sua liderança.

The Economist

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A surpreendente cratera de Xico

Por que não enxergamos estrelas verdes ou roxas?

Egípcia posa nua em blog e provoca indignação