Eles poderiam ser vacinados contra os traumas?

Pode ser possível ‘vacinar’ soldados contra traumas de guerra

Treinamento pode ajudar a dimunuir o transtorno de estresse pós-traumático após a guerra (Reprodução/Getty)

Com suas explosões ensurdecedoras, chamas escaldantes, corpos amputados e a pestilência da morte, a guerra leva todos a seus limites. A maioria dos soldados se recupera naturalmente. No entanto, alguns sofrem danos psicológicos que não saram. Os nomes desses danos mudaram ao longo do tempo. Outrora eram conhecidos como choque de batalha; em seguida como fadiga de batalha; depois como reação de tensão de combate. Agora, o termo preferencial é transtorno de estresse pós-traumático. Mas, seja lá como são chamados, ocorrem com uma frequência preocupante. Cerca de 17% das tropas americanas que retornam do Iraque e 11% das que retornam do Afeganistão sofrem desse transtorno.

O tratamento mais comum é a terapia baseada em exposição. Esta pede que as vítimas do transtorno imaginem as visões e sons que os traumatizaram para facilitar o confronto dessas memórias. Esta técnica costuma funcionar, mas nem sempre. Sem dúvida seria melhor se as tropas não desenvolvessem a condição em primeiro lugar.

Com isso em mente, uma equipe de engenheiros, cientistas da computação e psicólogos liderados por Skip Rizzo na Universidade da Califórnia do Sul propõe uma forma de vacina psicológica. Ao apresentar os horrores da guerra aos soldados antes que partam para a luta, Dr. Rizzo espera habituar os recrutas para qualquer coisa que eles possam vir a observar no campo de batalha.

A ideia de fazer isso se desenvolveu a partir do trabalho de Dr. Rizzo com o uso de realidade virtual (RV) para auxiliar a terapia baseada em exposição. Tal RV possibilita a reprodução de imagens, sons, vibrações e até mesmo cheiros do campo de batalha na segurança de uma clínica, e testes sugerem que esta terapia pode ajudar aqueles que não respondem à terapia baseada em exposição padrão. O sucesso de tal simulação levou Dr. Rizzo a se perguntar se um regime similar, experimentado antes da batalha de fato, poderia preparar mentalmente as tropas da mesmo modo que o treinamento tradicional as prepara fisicamente. Seus resultados preliminares sugerem que a resposta pode ser sim.

O esquema de treinamento virtual que Dr. Rizzo e seu equipe desenvolveram conduz soldados através de uma diversidade de incumbências que inclui ver e lidar com cadáveres, experimentar a morte de companheiros virtuais de quem eles tenham se tornado emocionalmente próximos e ter que testemunhar um criança morrer sem que seja possível fazer nada. Contudo, diferentemente de um campo de batalha real, um campo virtual pode ser pausado para que os eventos sejam discutidos sem pressa. Para monitorar o que está acontecendo, Galen Buckwalter, membro da equipe de Dr. Rizzo, monitora marcadores psicológicos de estresse, tal como a reação das pupilas dos participantes ao que está sendo visto, seus eletrocardiogramas e suas respostas galvânicas da pele. Dr. Buckwalter espera que o treinamento virtual permita que os oficiais identifiquem quem está, e quem não está, pronto para o combate.

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