'The Economist' :Revista faz analise dos protestos no Brasil


Cerca de 100.000 manifestantes se reúnem na Cinelândia, Rio de Janeiro (Reprodução/AP)

Os protestos que desde o dia 6 de junho tomaram as capitais do Brasil se tornaram objeto de análise de inúmeros veículos internacionais.

Nesta terça-feira, 18, a revista britânica Economist publicou uma matéria intitulada The streets erupt (As ruas em erupção, em tradução livre), onde questiona a ideia de “passe livre” no transporte público e lista outros motivos que a sociedade brasileira tem para se manifestar.

Segundo a revista, o Movimento Passe Livre é radical e guiado pelo princípio irreal da passagem gratuita, subsidiada pelo governo. Porém, em 13 de junho, tudo mudou. A manifestação cresceu e se espalhou por outras cidades, sendo inclusive apoiada por brasileiros que estão em outros países.

A matéria cita os motivos de protestos similares que aconteceram em outras partes do mundo, como na Grã-Bretanha, França e Turquia: alta taxa de desemprego, conflitos raciais, queda do padrão e da qualidade de vida e xenofobia. De acordo com a publicação, o Brasil tem uma história diferente. Nas últimas décadas o país presenciou o crescimento econômico e a melhora no padrão de vida da população. Além disso, a taxa de desemprego entre os jovens está entre as mais baixas da história do país.

Mas, segundo a revista, isso não significa que os brasileiros não têm motivos para protestar. A matéria cita que os brasileiros pagam mais impostos do que qualquer outro país em desenvolvimento (36% do PIB) e, em troca, têm serviços públicos precários. De acordo com a análise da publicação, um trabalhador de São Paulo que ganha um salário mínimo por mês, sem receber passagem, gasta um quinto de seu salário para passar horas dentro de transportes quentes, lotados e sucateados. A violência e a disseminação do crack também tem sua parcela na insatisfação popular, diz a revista.

A matéria alerta que, apesar da nova classe média ter sido criada na última década, ainda está a um passo de retornar à pobreza e termina dizendo que essa nova classe desenvolveu uma relação inteiramente diferente com o governo. Cientes dos altos impostos que pagam, eles veem melhorias em suas condições de vida como um direito e estão dispostos a lutar com unhas e dentes por isso.The Economist

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