'LEI DO SILÊNCIO' - Narcotráfico tenta calar imprensa no México

Javier é o sexto jornalista morto pelo tráfico apenas este ano no México (Foto: Facebook)

Na última segunda-feira, 15, o jornalista Javier Valdez Cárdenas, de 50 anos, se tornou mais uma vítima do narcotráfico do México. Homens não identificados abriram fogo contra o carro que ele dirigia, matando um dos mais respeitados profissionais da imprensa do México.

O ataque aconteceu em plena luz do dia, em Culiacán, onde Valdez morava e trabalhava. Em nota, o semanário Ríodoce, fundado por Javier, confirmou a morte do repórter. “O jornalista do Ríodoce, Javier Valdez Cárdenas, foi assassinado há pouco na rua Vicente Riva Palacio, entre Ramón F. Iturbe e Epitacio Osuna, da Colonia Jorge Almada. De acordo com informações preliminares, o autor da coluna Mala Yerba, dirigia um Corolla vermelho de modelo recente, por aquela rua, quando foi interceptado por indivíduos que o balearam”, diz o curto texto.

Javier é o sexto jornalista morto pelo tráfico apenas este ano no México, uma estatística que preocupa os profissionais de imprensa do país. O presidente Enrique Peña Nieto condenou o atentado contra Valdez. Antes do acontecido, Peña Nieto nomeou um procurador designado para tratar especialmente de casos de crimes contra a liberdade de expressão.

Ao longo de quase três décadas de sua carreira, Javier informou ativamente sobre o cartel de Sinaloa e a trajetória de seu fundador, Joaquín “El Chapo” Guzmán, atualmente preso nos Estados Unidos.

Seu livro Narco Periodismo: La prensa en medio del crimen y la denuncia é um relato sobre os jornalistas que não se calam em meio à violência dos traficantes.

Depois do assassinato de Miroslava Breach, correspondente do La Jornada em Chihuahua, no final de março, com oito tiros ao sair de casa, Valdez escreveu em sua conta no Twitter: “Miroslava foi morto por falar demais. Que nos matem a todos, se essa é a sentença de morte por informar sobre este inferno. Não ao silêncio”.

O México é o terceiro país mais perigoso para se trabalhar como jornalista, segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras, ficando atrás apenas da Síria e do Afeganistão. No início de maio, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) denunciou a impunidade no país pelas mortes de jornalistas.El País


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