ECONOMIA MUNDIAL

Os mitos de Davos

Fórum Econômico Mundial, em Davos,começou nesta terça-feira, 22 (Reprodução/Reuters)

Alguns dos maiores nomes do mundo dos negócios e da política estão aterrissando no enclave nevado que é Davos, na Suíça, para a reunião anual do Fórum Econômico Mundial, que começa nesta terça-feira, 22. Eles estão lá para falar de grandes ideias e talvez mais importante, acotovelarem-se e fazer negócios regados a muito champagne e fondue
de queijo.

Invariavelmente, haverá painéis de discussões cheias de prognósticos provocativos sobre o estado da economia, política, tecnologia e uma variedade de outras questões. Mas se você está esperando sabedoria dos Alpes, a sabedoria da multidão da elite global pode não ser a mais indicada.

As previsões que emanam de Davos sempre soam plausíveis, em parte, por causa da credibilidade dos oradores. Mas, muitas vezes elas ficam aquém da realidade.

Falsos profetas

Veja apenas um exemplo: Bill Gates, o co-fundador da Microsoft e filantropo global, faz a peregrinação anual para os Alpes há mais de uma década,onde já fez uma série
de previsões infames.

Quando questionado sobre o Google em 2003, ele não teve uma visão otimista sobre
o futuro da empresa nem de seus fundadores.

“Esses caras do Google, eles querem ser bilionários e estrelas do rock e ir a conferências e tudo isso”, disse Gates à época. “Vamos ver se eles ainda querem
tocar os negócios dentro de dois a três anos.”

E no ano seguinte, Gates acompanhou essa previsão com esta pérola sobre o
futuro do email: “Daqui a dois anos,o spam será resolvido”.

Equívocos históricos

Previsões mais amplas sobre a economia global têm sido ainda mais equivocadas. Em 2011, pouco antes do que se transformou em uma verdadeira crise econômica na Europa, que ainda ameaça a existência do euro, Christine Lagarde,a ministra francesa das Finanças na época, declarou:“Eu acho que a zona do euro virou a esquina.Não vamos sabotar a Europa e não vamos desistir da zona do euro”.

E não foram apenas previsões recentes que erraram feio. Abby Joseph Cohen, uma ex-analista de mercado do Goldman Sachs, anunciou em Davos, em 2000,no auge da bolha
de tecnologia, que ela esperava um grande ano para as ações, com o índice de ações
da Standard & Poors 500 crescendo em 10%.Naturalmente,o S & P´s 500 fez quase o oposto, caindo 9,1% naquele ano, seguido por mais dois anos de quedas que totalizaram uma baixa de 34%.

Depois, na Davos de 2008, cerca de oito meses antes do banco de investimento Lehman Brothers entrar em colapso e a economia global cair em uma espiral.O que C. Fred Bergsten, pesquisador sênior e diretor emérito do Instituto Peter G. Peterson de Economia Internacional,em Washington, tinha a dizer sobre o estado da economia?
“É inconcebível – repito, inconcebível – entrarmos em uma recessão mundial.”The New York Times




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