Meio Ambiente: Radiação e Evolução

O mistério dos pássaros com catarata em Chernobyl

Presença da doença em pássaros está relacionada ao nível de radiação na atmosfera (Reprodução/Internet)

A catarata é relativamente comum em pessoas que vivem por muito tempo. Ela também ocorre em animais que vivem em zoológicos, mas não são conhecidos casos de animais selvagens que desenvolvem a doença. A razão é simples. A perda da visão é uma sentença de morte para um animal silvestre que tem que caçar o seu próprio alimento e, caso viva o bastante para desenvolver a condição, a fome e os predadores dariam um fim à sua vida em pouco tempo. Mas a catarata não relacionada à idade é surpeendentemente comum em pássaros que vivem perto do local do desastre nuclear de 1986 em Chernobyl.

Isso foi revelado em um novo estudo de um par de ornitólogos, Timothy Mousseau da Universidade da Carolina do Sul e Anders Moller da Universidade de Paris-Sud, publicado no periódico Public Library of Science. Mousseau e Moller descobriram que o fator principal que determina a presença da doença nos pássaros de Chernobyl é a intensidade da radiação local, sendo que uma alta incidência de catarata é muito mais comum em áreas com altas concentrações de radiação.

A surpresa dessa história, no entanto, é que em um estudo anterior, Mousseau e Moller registraram no ano passado que, comparada às populações de pássaros que vivem próximo à região do acidente nuclear de Fukushima, os pássaros em torno de Chernobyl parecem ter uma capacidade maior de tolerar os efeitos da radiação. Essa descoberta sugere que a seleção natural já está ocorrendo em Chernobyl e que os pássaros que não tiveram capacidade de lidar com altos níveis de radiação já foram eliminados da população, deixando vivos apenas aqueles mais aptos a sobreviverem.The Economist

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