Aos ambientalistas pocotó...Promessas implícitas da geo-engenharia

Alteração deliberada do clima e uso de medida paliativa para solucionar aquecimento global ainda são preocupações causadas pela geo-engenharia

Avanço de projeto prático tem sido controverso (Reprodução/Internet)

Ao longo dos últimos anos, um esforço colaborativo europeu chamado IMPLICC (Implicações e Riscos de Novas Opções para Limitar a Mudança Climática) tem investigado as possibilidades de reduzir a quantidade de luz do sol que atinge a superfície terrestre através da engenharia de clima. Muito do trabalho do IMPLICC consiste em examinar modelos climáticos referentes a, por exemplo, a instalação de véus de partículas reflexivas na estratosfera ou do clareamento de nuvens sobre oceanos.

Os modelos do IMPLICC sugerem que partículas na estratosfera podem realmente estancar o efeito estufa, mas, ao fazê-lo, a temperatura dos trópicos cai um pouco enquanto o reverso acontece aos pólos. Outro ponto de concordância dos modelos é que a geo-engenharia tende a suprimir o ciclo hidrológico, diminuindo a evaporação e a quantidade de chuvas.

Ainda assim, alguns pesquisadores querem dar um passo além dos modelos. Um programa chamado SPICE (Injeção de Partículas na Estratosfera para Engenharia de Clima, na sigla em inglês), financiado pela Inglaterra, quer bombear água através de uma mangueira de um quilômetro ligada a um balão localizado na estratosfera para avaliar a possibilidade de pulverizar outras substâncias a alturas muito maiores.

Este avanço para a realização de um projeto prático tem sido controverso. Alguns se preocupam que a alteração deliberada do clima possa causar mais prejuízos que benefícios. Já outros temem que o sucesso da geo-engenharia geraria um paliativo para o problema do aquecimento global e faria com que políticos adiassem a tomada de decisões que podem levar a uma solução permanente.

Outro experimento obteve mais sucesso. Em setembro último, uma equipe coordenada por pesquisadores do Scripps Institution of Oceanography, em La Jolla, Califórnia, investigou se seria possível branquear nuvens artificialmente (de modo que elas refletissem mais luz do sol para o espaço) com o uso de partículas emitidas a partir de um barco. Lynn Russel, que liderou os esforços, se surpreendeu com o branqueamento efetuado pelo experimento. Ainda que este experimento tenha sido projetado principalmente para observar a formação natural de nuvens, ele abre um caminho para trabalhos futuros de geo-engenharia. Porém, ainda não se sabe como as atitudes em relação ao aquecimento global serão afetadas pelo sucesso da geo-engenharia.

The Economist

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