Retratos verdadeiros do velho Mundo

Mendicância em Paris: tolerância tem limite

Moradia improvisada ao longo do Rive Gouche (Reprodução/Internet)

As noites de domingo em Paris, na extremidade norte do Canal Saint-Martin, são agitadas. Em cada um dos lados da água, dois grupos formam longas filas organizadas, embora seus propósitos sejam diferentes. Uma fila é formada por aqueles que desejam comprar algo para comer de um novo carrinho de hambúrguer gourmet (esperas de uma hora são normais). A outra fila, formada quase que completamente por jovens homens norte-africanos, é para aqueles que esperam encontrar um lugar em um ônibus cujo destino é um abrigo para moradores de rua nos arredores da cidade.

Esses contrastes não são novidade em Paris. O luxo e a penúria sempre coexistiram na cidade sob uma tensão desconfortável. Mas agora um número cada vez maior de moradores de rua está abusando da generosidade da cidade.

“É mais fácil ser morador de rua em Paris do que em qualquer outra cidade da União Europeia”, afirma Julien Damon, um sociólogo da Sciences Po, uma universidade. A polícia parisiense é mais tolerante com os moradores de rua do que a de outros países e raramente aqueles que dormem nas ruas são incomodados pela polícia uma abordagem que tem raízes culturais profundas. Em pesquisas de opinião europeias, os respondentes franceses são os mais inclinados a entender a condição do morador de rua como um resultado do desemprego e são os menos inclinados a considerá-la um produto do vício em drogas e em álcool.

Ninguém sabe quantos moradores de rua existem em Paris. A coleta de dados é infrequente e parca. A última estimativa significativa do INSEE, o instituto nacional de estatística da França, data de meados dos anos 2000 e estimou o número, incluindo o número daqueles que dormem na rua ou em abrigos de emergência em 12 mil. Evidências esparsas sugerem que o número é consideravelmente mais alto hoje. Apesar de uma grande expansão na capacidade dos abrigos desde 2004, a demanda superou a oferta. O número de ligações para uma linha de emergência mantida pela Samusocial de Paris, uma organização de caridade financiada pelo governo que aloca camas em abrigos emergenciais, dobrou entre 2009 e 2010. The Economist

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