Redes sociais: um novo tipo de termômetro

Tecnologia proporciona um grau sem precedentes de análise das informações (Foto: Pixabay)

Quando os seguidores mais atuantes do Estado Islâmico (EI) na Grã-Bretanha enviaram mensagens pelo Twitter e Facebook, eles não poderiam imaginar que o conteúdo de suas mensagens online seria exibido em uma parede do International Centre for the Study of Radicalisation do King’s College de Londres. “Alá lhe deu esta vida, então a use da maneira que ele ordenar”, dizia uma delas. “Sempre que tenho um sentimento de tristeza paro e penso, Alá não me deu mais do que posso suportar. Então continuo meu caminho”, estava escrito em outra.

A exposição inusitada é uma parte importante de um projeto de pesquisa para descobrir se os seguidores ingleses do EI, que foram para a Síria usam as redes sociais de uma forma diferente dos que permaneceram no país. Shiraz Maher, o diretor do projeto, e seus colegas demoraram meses para classificar cada uma das 50 mil mensagens e exibi-las sob títulos como “desejo de vida após a morte”, “religiosidade” e “vontade de migrar”. “Se conseguirmos descobrir padrões, talvez seja possível prever o momento em que alguém decide partir para se juntar aos jihadistas”, disse Maher.

A pesquisa mostra um dilema básico dos movimentos que vivem em parte no mundo online: sem a internet e as redes sociais alguns deles não existiriam, mas a tecnologia também proporciona um grau sem precedentes de análise das informações. E as ferramentas para pesquisá-las estão cada vez melhores.

A “modelagem de tópico” revela os assuntos que as pessoas estão comentando; a “análise de sentimento” dá uma ideia de como se sentem; o “mapeamento de rede” identifica os pontos de interconexão mais importantes; o software de “visualização” transforma as informações em imagens coloridas. E o uso desses programas está cada vez mais barato.OP

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A surpreendente cratera de Xico

Por que não enxergamos estrelas verdes ou roxas?

Egípcia posa nua em blog e provoca indignação