CRISE HUMANITÁRIA

Venezuela expulsa diplomatas colombianos

Governo brasileiro classificou governo do ‘ditador’ Maduro como ‘ilegítimo’ (Foto: Luigino Bracci Roa/Twitter)

Após a tentativa de entrada de ajuda humanitária na Venezuela, o governo de Nicolás Maduro anunciou o rompimento de relações diplomáticas e consulares com a Colômbia. O governo venezuelano anunciou ainda a expulsão dos diplomatas colombianos, afirmando que os funcionários tem 24 horas para deixar o país.

“O governo da República Bolivariana da Venezuela decidiu pela ruptura integral das relações diplomáticas e consulares com governo da República da Colômbia. Em consequência, se outorga um prazo de 24 horas, a partir da publicação deste comunicado, para que os diplomatas e funcionários consulares da Colômbia abandonem a República Bolivariana da Venezuela”, afirmou o governo.

O anúncio foi feito através de um comunicado no site do governo venezuelano, divulgado na noite do último sábado, 23, quando vários confrontos foram registrados. Na ocasião, liderada pelo presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, caminhões com ajuda humanitária tentaram entrar no país.

No entanto, as Forças Armadas, que apoiam o governo Maduro, tentaram impedir, entrando em confronto com manifestantes. Dois caminhões com ajuda humanitária, que iam da Colômbia para a Venezuela, foram incendiados. Apoiadores de Guaidó acusam os militares de queimarem o comboio. Maduro, por sua vez, afirma que o incêndio foi encenado pelos manifestantes.

Na fronteira com a Colômbia, pelo menos 285 pessoas ficaram feridas e 37 precisaram ser hospitalizadas, segundo noticiou o portal G1. Em Santa Elena, na fronteira com o Brasil, pelo menos três pessoas morreram e 15 ficaram feridas em confronto entre venezuelanos e militares. Caminhonetes venezuelanas chegaram a atravessar a fronteira entre Brasil e Venezuela, mas retornaram ao território brasileiro no fim do dia.

Estima-se que mais de 60 militares abandonaram os postos e pediram asilo para a Colômbia. Guaidó já havia anunciado, pelas redes sociais, que alguns militares venezuelanos estavam deixando seus postos, o que renovava as esperanças da entrada da ajuda humanitária. Maduro, porém, segue afirmando que a Venezuela não precisa de doações, e se dispôs a comprar toda a comida que o Brasil quiser vender.

Na noite do último sábado, Guaidó se reuniu com os militares que deixaram seus postos. Segundo afirmou o autoproclamado presidente da Venezuela, os militares admitiram que os membros das Forças Armadas, atualmente, são “prisioneiros do terror”.

Diante do fracasso na tentativa de garantir a ajuda humanitária, Guaidó afirmou que apelará, de maneira formal, para a comunidade internacional para que atitudes sejam tomadas. “Devemos manter abertas todas as opções”, admitiu o presidente da Assembleia Nacional. Uma reunião do Grupo de Lima está prevista para a próxima segunda-feira, 25, na qual devem ser decididos os próximos passos de ações contra o governo Maduro, conforme lembrou o presidente da Colômbia, Iván Duque.

“Na segunda, o Grupo de Lima se reunirá e discutirá sobre os eventos que hoje são claramente objetos de crítica da comunidade internacional pela barbárie e violência. Lá também vamos deliberar sobre como o cerco diplomático a ditadura da Venezuela deve ser fortalecido”, afirmou Duque.

“Regime ilegítimo”

O governo do Brasil divulgou, através do Ministério de Relações Exteriores, um comunicado repudiando todos os atos de violência “perpetrados pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro”. Em nota, o governo relembrou os confrontos, as vítimas fatais e as dezenas de feridos. Ao fim, o Brasil voltou a apelar à comunidade internacional, até mesmo aos países que não reconheceram Guaidó como presidente.

“O uso da força contra o povo venezuelano, que anseia por receber a ajuda humanitária internacional, caracteriza, de forma definitiva, o caráter criminoso do regime Maduro. Trata-se de um brutal atentado aos direitos humanos, que nenhum princípio do direito internacional remotamente justifica e diante do qual nenhuma nação pode calar-se”, diz a nota.

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