PARIS ATAQUES

Ataques antissemitas crescem em Paris

Em um estudo, um quarto dos entrevistados demonstrou aversão aos judeus (Foto: Wikipédia)

Em 11 de fevereiro, funcionários da prefeitura presenciaram um ato de vandalismo, ao encontrarem em um bairro de Paris a árvore plantada em homenagem à memória de Ilan Halimi cortada. Halimi, de 23 anos, foi sequestrado, torturado e assassinado em um ataque antissemita em 2006.

Nesse mesmo dia, retratos da ex-ministra da Saúde e sobrevivente do Holocausto, Simone Veil, pintados nas caixas de correio da cidade, foram riscados com suásticas.

O artista Christian Guemy, autor dos retratos pintados em homenagem ao funeral de Veil no Panthéon em 2018, postou uma foto no Twitter de uma das caixas de correio. “Que vergonha. Que ato covarde e chocante!”, escreveu.

Ainda em 11 de fevereiro, Frédéric Potier, membro da Delegação Interministerial de Combate ao Racismo e ao Antissemitismo, postou uma foto no Twitter de uma pichação antissemita na porta de uma garagem em Paris. “É uma manifestação de ódio aos judeus e um ataque à democracia!”, escreveu.

No dia anterior, Gilles Abecassis, fundador da rede de cafeterias Bagelstein, disse que a palavra “Juden”, judeu em alemão, havia sido escrita com tinta amarela na vitrine de uma das lojas da rede na Ile Saint-Louis.

Em um discurso ao lado do memorial de Halimi o ministro do Interior da França, Christophe Castaner, disse que houve um aumento de 74% de atos antissemitas no país em 2018.

Mais tarde, Castaner postou um vídeo no Twitter feito em homenagem a Halimi, no qual pessoas colocavam velas no tronco da árvore. “Nesse local plantaremos árvores ainda maiores e mais bonitas”, escreveu o ministro.

Pelo menos 11 pessoas morreram em ataques antissemitas na França desde 2016. Em março de 2018, a sobrevivente do Holocausto Mireille Knoll, de 85 anos, foi assassinada em seu apartamento em Paris, um ato de brutalidade que causou comoção nas ruas da cidade. No ano anterior, Sarah Halimi, de 65 anos, também foi assassinada em sua casa em Paris e seus agressores jogaram seu corpo pela varanda do apartamento.

Em 2015, um membro do grupo jihadista responsável pelo atentado ao jornal Charlie Hebdo, matou quatro pessoas e deteve outras 15 como reféns em um ataque antissemita a um mercado kosher em Paris. Três anos antes, três crianças e um professor foram assassinados em uma escola judaica em Toulouse.

Uma pesquisa da rede CNN realizada no Reino Unido, Suécia, Alemanha, França, Polônia, Hungria e Áustria mostrou o aumento do antissemitismo na Europa em 2018. Na França, um quarto dos entrevistados demonstrou aversão aos judeus citando o estereótipo antissemita de dominação do mundo dos negócios e das finanças.

A pesquisa também revelou que muitos entrevistados desconheciam o que havia sido o Holocausto, sobretudo entre as gerações mais jovens. Um em cada cinco franceses entre 18 e 34 anos nunca ouvira falar do massacre de judeus e de outras minorias na Segunda Guerra Mundial.CNN

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