ENVIO DE TROPAS ONU BRASIL

ONU quer que Brasil volte a atuar em missões de paz

Brasil participa das missões de paz da ONU desde a década de 1950 (Foto: Divulgação/ONU)

O Brasil pode voltar a atuar em missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). A afirmação foi feita pelo general brasileiro Elias Martins Filho, que comanda as forças militares da ONU na República Democrática do Congo (RDC), ao portal Uol.

Segundo o general, a vontade de levar o Brasil de volta às missões de paz partiu do chefe do Departamento de Missões de Paz da ONU, Jean-Pierre Lacroix. “Ele me disse: ‘general, me ajude a trazer de volta o Brasil para as operações de paz'”, disse Martins Filho.

A última missão de paz da ONU que o Brasil participou terminou em novembro de 2017, quando os militares brasileiros retornaram do Haiti, onde atuaram na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah). Na época, a ONU solicitou que o Brasil disponibilizasse um contingente de 750 militares para novas missões da República Centro-Africana. As tropas chegaram a ser treinadas, mas o orçamento de mais de R$ 400 milhões fez com que o Brasil recuasse.

De acordo com o general brasileiro, o recuo do Brasil desagradou a ONU, mas o órgão manteve as portas abertas. A organização reembolsa gastos com militares, mas tem encontrado dificuldade para conseguir contingente para suas missões. A maior parte das tropas está sendo disponibilizada por países africanos e latino-americanos.

Enquanto no governo Michel Temer o Brasil recuou no envio de tropas, a expectativa é que o país volte a ajudar a ONU durante o mandato do presidente Jair Bolsonaro. Segundo a reportagem do Uol, o governo Bolsonaro é favorável ao envio de tropas, mas isso apenas ocorreria depois de votações fundamentais, como a da reforma da Previdência.

O general Martins Filho é um dos militares brasileiros com posição hierárquica mais alta na ONU. Atualmente, o Brasil tem o comando da operação Monusco, que ocorre na República Democrática do Congo, e da Força Tarefa Naval da Unifi, que ocorre no Líbano.

Martins Filho foi nomeado para chefiar a operação Monusco em abril de 2018. Antes dele, o general Carlos Alberto do Santos Cruz, atual ministro da Secretaria de Governo, liderou a missão na RDC por dois anos e meio. Na época, Santos Cruz já havia começado o combate às Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo rebelde ugandense que se mantém nas florestas da República Democrática do Congo.

O objetivo inicial da ADF era lançar ataques contra Uganda para derrubar o atual governo. No entanto, incapaz de seguir com o planejamento, o grupo começou a cometer atrocidades na RDC, segundo revelou o general Martins Filho. A região onde o grupo rebelde atua enfrenta uma epidemia de ebola, que já matou mais de 500 pessoas.

Um dos objetivos da missão comandada pelo general brasileiro é proteger a população, garantir a atuação dos médicos e impedir o avanço da ADF. Atualmente, cerca de 240 médicos e voluntários atuam no combate ao ebola na região.

“Eles podem prevenir a morte de milhares e milhares de pessoas. Se o Ebola se espalhar naquela região, que é bastante populosa, ficará muito difícil conter, porque é uma região de fronteira, envolve três países próximos, Uganda, Ruanda e o próprio Congo. Então, a prioridade é oferecer proteção para esse pessoal”, destacou o militar.

Parceria de sucesso

Em junho de 2018, a ONU Brasil divulgou um comunicado exaltando a participação do Brasil em missões de paz ao longo de mais de 50 anos. O país começou a atuar nas operações em 1956, agindo na crise política entre Israel e Egito (Crise de Suez). Entre as maiores contribuições recentes, destaca-se a missão brasileira no Haiti.

“O Brasil forneceu a espinha dorsal da missão de paz da ONU no Haiti, a Minustah. Suas tropas estavam presentes durante a missão entre 2004-2017. […] Os capacetes-azuis apoiaram a transição do Haiti para a democracia, a reconstrução do país e os esforços para estabilidade após o terremoto de janeiro de 2010. Estimados 220 mil haitianos morreram como resultado do terremoto”, destacou o comunicado da ONU.UoL

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