COM FOCO EM SAÚDE PRIMÁRIA

Novo laboratório da Fiocruz será inaugurado no Mato Grosso do Sul

Intenção do Ministério da Saúde é reforçar o atendimento à saúde primária (Foto: Rômulo Serpa/MS)

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde, vai inaugurar um laboratório de residência médica no Mato Grosso do Sul. O anúncio foi feito na última segunda-feira, 22.

O laboratório, que terá como ênfase a qualificação do atendimento em saúde primária, vai receber um incentivo de R$ 78,1 milhões. Ele ficará localizado em Campo Grande, capital do estado, e contará com a participação de nove Unidades de Saúde da Família (USFs) e 41 equipes de Saúde da Família.

A área de atenção primária não atrai o interesse de grande parte dos médicos formado no Brasil. A intenção do laboratório é modificar o quadro, qualificando e fortalecendo os serviços da atenção primária prestados à população.

“Entre as ações e objetivos do projeto estão o fortalecimento das ações de vigilância em saúde, aquisição de equipamentos, realização de oficinas para uso racional de medicamentos, desenvolvimento de pesquisas de avaliação da Atenção Primária, implantação de dois observatórios para apoiar o trabalho de equipes de Saúde da Família, implantação do serviço de Telemedicina e a oferta de até 45 bolsas de residência em Medicina da Família e Comunidade, além de 100 bolsas para Residência Multiprofissional Saúde da Família”, explicou o Ministério da Saúde através de um comunicado.

O anúncio do novo laboratório da Fiocruz no Mato Grosso do Sul foi apenas uma das medidas anunciadas pelo Ministério da Saúde para reforçar o atendimento à população sul-mato-grossense. O carro-chefe da Pasta no estado é o programa Saúde na Hora, que foi lançado em maio.

Até o momento, mais de 300 USFs já aderiram ao programa, o que as habilitam a receber maiores investimentos do governo federal. Outras 500 solicitações em 80 municípios espalhados em 21 estados ainda estão em aberto. O principal objetivo do programa é ampliar o atendimento à população.

Apenas no Mato Grosso do Sul, 25 Unidades Básicas da Saúde da Família (UBSF) participam do programa, sendo integradas através da USF Iracy Coelho, que foi reformada e reinaugurada oficialmente na última segunda-feira. Ela é a primeira USF de Campo Grande no Saúde na Hora. A previsão é que as unidades funcionem durante 60 horas semanais.

“Estamos inaugurando a primeira unidade de Campo Grande no Saúde na Hora, o programa federal que ampliou o acesso aos serviços de saúde para os trabalhadores que saem de casa quando as unidades de saúde ainda não abriram e voltam para casa quando elas já estão fechadas. Isso resultava na busca às UPAS, que acabam superlotadas. Também estamos criando o primeiro laboratório de reestruturação da Atenção Primária em Campo Grande, em parceria com a Fiocruz. O projeto visa reorganizar e qualificar a Atenção Primária no país, que é a principal porta de entrada do sistema de saúde, por meio do monitoramento dos indicadores na Atenção Primária”, afirmou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

A USF Iracy Coelho, antes da integração ao programa Saúde na Hora, recebia cerca de R$ 33 mil. Agora, com a participação no programa, o valor repassado para qualificar a assistência em turno estendido será de R$ 38,3 mil. Ademais, a USF recebeu R$ 31,7 mil no momento de adesão ao programa.

Hepatites virais

Durante a solenidade também foi anunciado o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2019, que apontou os sucessos na luta contra a doença no Brasil. Entre 2008 e 2018, os casos da doença diminuíram, assim como o número de mortes.

Em 2008, foram registrados 45.410 casos de hepatites em todo o território brasileiro. Em 2018, esse número aumentou para 42.383. Ademais, 2.362 pessoas morreram por causa da hepatite em 2007, enquanto, em 2017, o número de óbitos reduziu para 2.156, uma queda de 9%.

Às vésperas do Dia Mundial de Luta contra Hepatites Virais, celebrado no próximo dia 28 de julho, o Ministério da Saúde informou que mais de 500 mil pessoas convivem com o vírus da hepatite C e não sabem.

“Queremos aumentar o número de testagem e já estamos ampliando a expectativa de tratamento para 50 mil tratamentos por ano. Até 2030, com vacina e tratamento pretendemos ter números praticamente zero de hepatite no Brasil. Desses casos que foram tratados, vamos evitar cânceres de fígado, insuficiências hepáticas, transplantes e outras complicações. Agora, precisamos aumentar a testagem”, destacou Mandetta.

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