Doenças tropicais negligenciadas


Lagos onde crianças nadam podem estar cheios de parasitas (Reprodução/The Economist)

As campanhas de sáude globais gostam de atingir grandes metas. Em 30 de janeiro Bill Gates se juntou ao diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a 13 executivos do setor farmacêutico, entre outros, para pedir a erradicação, até 2020, de dez das doenças mais ameaçadoras do mundo, que afligem mais de um bilhão de pessoas. A Dracunculose, a doença do sono, a bilharzia (que os médicos chamam de esquitosomose) e outras apodrecem os tecidos e atrofiam os órgãos. Mesmo que não matem, elas vitimam crianças e drenam as energias dos adultos.
Novos esforços incluem agências de cooperação norte-americanas e britânicas, mas o ímpeto vem em grande parte de Bill Gates, um incansável campeão da saúde global. Em 26 de janeiro ele disse que iria doar US$ 750 milhões para o fundo global. Tendo anunciado em 2007 uma “meta audaciosa” de erradicar a malária, sua fundação (que recebe o seu nome e o de sua esposa, Melinda) agora está mirando as doenças tropicais negligenciadas. Ela vai dispor de US$ 363 milhões dos US$ 785 milhões, com o intuito de combater essas mazelas nos anos seguintes, até 2020.
Os parasitas e as bactérias funcionam de maneiras diferentes. Com a cegueira do rio, moscas negras espalham larvas que quando crescem destroem o tecido do olho; os mosquitos fazem o mesmo com os vermes que bloqueiam o sistema linfático na elefantíase; os nemátodos, ancilóstomos e tricurídeos nascem do solo.
Mas enquanto essas doenças geralmente vitimam as mesmas áreas, é possível utilizar várias drogas combinadas, economizando dinheiro. Alguns são céticos; fornecer drogas grátis não significa que as pessoas irão tomá-las. Bruno Gryseels do Instituto de Medicina Tropical, na Antuérpia, teme que a cobertura de regiões inteiras com medicamentos possa tornar as bactérias resistentes às drogas. Gates, por outro lado, salienta a necessidade de um bom monitoramento para evitar que isso aconteça.

The Economist

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