Pesquisas com células-tronco rendem seus primeiros frutos


Pesquisador diz ter obtido alguns sucessos no tratamento de cegueira (Reprodução/Internet)

Há 14 anos James Thomson, da Universidade de Wisconsin, isolou células-tronco de embriões humanos. Foi um momento emocionante. A habilidade que essas células têm de se transformar em qualquer outro tipo de célula sugeria que tecidos desgastados ou danificados podiam ser reparados, e, portanto, que diversas doenças podiam ser tratadas assim – uma técnica que veio a ser conhecida como medicina regenerativa. Desde então avanços nos estudos têm sido inconstantes e (devido à origem das células) controversos. Mas, como dois novos estudos provam, houve progresso, sem dúvida.

A Lancet da semana passada publicou resultados de um teste clínico que utilizou células-tronco em seres humanos. Steven Schwartz, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, diz ter obtido alguns sucessos no tratamento de cegueira. Schwartz e sua equipe manipularam células-tronco embrionárias para que se transformassem em tecido da retina, que ajuda as células bastonetes e cones a responder a estímulos de luz – e então injetaram 50 mil delas no olho de cada paciente, na esperança de que fossem estimular a produção natural dessas células.

O resultado foi um sucesso parcial. Antes de tudo, nenhum paciente teve uma reação adversa ao transplante – sempre um risco quando tecidos estranhos são inseridos no organismo de alguém. Em segundo lugar, embora nenhum deles tenha tido a visão restaurada em grande grau, todos foram capazes, quatro meses depois do transplante, de distinguir mais letras do alfabeto do que eles conseguiam anteriormente.

Um outro estudo, publicado na revista Nature por Lawrence Goldstein, da Universidade da Califórnia, em San Diego, mostra como células-tronco podem ser úteis mesmo se elas não levam diretamente ao tratamento. Desde 2006 pesquisadores têm sido capazes de reprogramar células adultas de volta a um estado embrionário, utilizando proteínas chamadas de fatores de transcrição. Seu valor imediato é ser uma excelente forma de se compreender doenças. Goldstein está usando essas células para tentar entender a doença de Alzheimer.
The Economist

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