Epidemia misteriosa mata milhares na América Central


Muitas das vítimas são trabalhadores de canaviais (Fonte: Reprodução/AP)

Uma misteriosa epidemia está assolando a costa do Pacífico da América Central, matando mais de 24 mil pessoas em El Salvador e na Nicarágua desde o ano 2000 e atingindo milhares de outras pessoas com uma doença renal crônica em taxas praticamente invisíveis em qualquer outro lugar.
A ministra da Saúde de El Salvador, Maria Isabel Rodriguez, já pediu ajuda da comunidade internacional para combater a epidemia.
Muitas das vítimas desta doença misteriosa são trabalhadores braçais ou de canaviais. Pacientes, médicos locais e ativistas acreditam que os químicos agrícolas utilizados durante anos pelos trabalhadores com praticamente nenhuma das proteções exigidas em países mais desenvolvidos têm a ver com a disseminação da doença.

Teoria da desidratação

Há, no entanto, evidências que sustentam uma hipótese mais complicada. Cientistas dizem que a origem da epidemia parece residir na natureza cansativa do trabalho realizado por suas vítimas, incluindo trabalhadores da construção, mineiros e outros que ficam durante horas sem água suficiente sob forte calor, ficando sujeitos a repetidas crises de desidratação.
Muitas destas pessoas começam a trabalhar muito cedo, por volta dos dez anos de idade. Tal rotina parece causar por algum motivo uma doença renal crônica, que, por sua vez, em geral é causada por diabetes e pressão alta, doenças ausentes na maioria dos pacientes na América Central.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, um braço da OMS, o número de mortes anuais em decorrência de doença renal crônica na Nicarágua mais do que duplicou em uma década, passando de 466 em 2000 para 1.047 em 2010. Em El Salvador, houve um aumento parecido, de 1.282 em 2000 para 2.181 em 2010.

Doença mortal

Na Costa Rica também tem sido registrado um aumento significativo desta doença renal. Estatísticas apontam também para um aumento do número de mortes no Panamá, embora em condições menos dramáticas.
Embora alguns destes números crescentes possam estar relacionados a um melhor registro de dados, cientistas não têm dúvidas de que estão enfrentando algo mortal e até então desconhecido para a medicina.

Fonte:AP

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