SAÚDE HEPATITE B

Estudo aponta avanço da hepatite B no mundo

Desde 1981, há uma vacina altamente eficaz contra a hepatite B (Foto: Pixabay)

Um estudo publicado no periódico científico Lancet Gastroenterology e Hepatology fez uma análise do cenário da hepatite B no mundo e apontou uma situação nada favorável para o compromisso de erradicar a doença até 2030, firmado em 2015, por 194 países, durante a 69ª Assembleia da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A situação é preocupante, mas há meios de reverter o cenário. Quase 300 milhões de pessoas estavam infectadas pelo vírus da hepatite B (HBV) em todo mundo em 2016, segundo pesquisadores do Observatório Polaris da Fundação Centro para Análise de Doenças, nos EUA. Para piorar, 90% delas ainda não tinham sido diagnosticadas e apenas 5% das que deveriam estar sob tratamento o recebiam.

No Brasil, em 2016, a situação era um pouco melhor. Afinal 28% dos 760 mil casos da doença já haviam sido diagnosticados. Além disso, 12% dos 184 mil que poderiam receber tratamento já estavam em terapia.

A doença

Como o vírus da hepatite B (HBV) está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. A transmissão ocorre em relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada; de mãe infectada para filho durante a gestação, parto ou amamentação; através do compartilhamento de material para uso de drogas, material de higiene pessoal (como lâminas de barbear e alicate de unhas), material de confecção de tatuagem ou colocação de piercings; e através de transfusão de sangue contaminado.

A hepatite B pode se desenvolver de duas formas: aguda ou crônica. A aguda é quando a infecção tem curta duração. No caso crônico, a infecção dura mais de seis meses. A maioria dos casos da doença não apresenta sintomas. Porém, os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Quando a doença não é tratada, ela pode evoluir para problemas sérios como câncer de fígado.

Como reverter o cenário?

Desde 1981, há uma vacina altamente eficaz contra a hepatite B. A imunização só é efetiva quando se tomam as três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose. A partir de 1992, a OMS passou a recomendar a vacinação de recém-nascidos, com a primeira das três doses devendo ser administrada até 24 horas depois do nascimento.

Em 2016, menos da metade dos bebês do mundo todo recebeu a primeira dose no prazo recomendado. O Reino Unido e a Noruega foram os últimos países europeus a disponibilizar a vacina aos recém-nascidos, o que só ocorreu no ano passado. “A maior parte das transmissões de mãe para filho acontece nos primeiros dias desde o nascimento, então a dose ao nascer é vital”, explica Homie Razavi, pesquisador da Fundação Centro para Análise de Doenças e líder do estudo.

No total, 16 países são responsáveis por mais de 80% das infecções de crianças com cinco anos. Dez deles ainda não disponibilizam a vacina para crianças nesta faixa etária. No entanto, se essa lacuna for preenchida, a transmissão pode ser reduzida. Um exemplo positivo é o caso da China, que está entre os 16 países, mas que conseguiu elevar para 90% a cobertura vacinal da primeira dose nas primeiras 24 horas após o nascimento.

“Temos todas as ferramentas necessárias para erradicar o HBV. Nossas estimativas destacam a enorme oportunidade de com triagem, diagnóstico e tratamentos efetivos reduzirmos o número de novas infecções em todos os países até 2030. Mas para isso precisamos acelerar nossos esforços em todo campo. Esperamos que este trabalho sirva como catalisador para apoiar as estratégias nacionais de erradicação do vírus até 2030, o que 194 países se comprometeram a fazer”, concluiu Razavi.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente a vacina contra a hepatite B em qualquer posto de saúde.Ministério da Saúde

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