Kepler 22b: Casa longe de casa


Cientistas acreditam que a temperatura média do Kepler 22b seja de 22° C (Reprodução/Internet)

Um dos slogans mais memoráveis a sair das discussões sobre mudança climática em Durban nos últimos dias é: “não existe um planeta B”. Mas e se existisse? Ao longo das últimas décadas astrônomos vêm registrando milhares dos chamados “exoplanetas” – mundos que orbitam outras estrelas que não o Sol. No dia 5 de dezembro os cientistas encarregados do Kepler, um telescópio espacial projetado para procurar esses planetas, confirmou a descoberta feita pelo seu instrumento do primeiro mundo semelhante à Terra. Ele foi chamado, sem muito romance, de Kepler 22b.
O que é crucial é o fato de Kepler 22b orbitar dentro da “zona Cachinhos Dourados”: nem muito perto nem muito longe do seu sol para que água líquida (e portanto, talvez, vida) exista em sua superfície. Ele se junta a mais dois planetas semelhantes à Terra – Gliese 581d e HD 85512 b – descobertos nos últimos anos. Na verdade, o termo “semelhante à Terra” é bem abrangente. O raio de Kepler 22b é 2,4 vezes o da Terra, e se ele for constituído basicamente das mesmas coisas então sua gravidade também vai ser 2,4 vezes mais forte. Mas os astrônomos da NASA ainda não têm certeza se ele é predominantemente gasoso, líquido ou sólido.
Não obstante, Kepler 22b é o mais promissor exoplaneta encontrado até agora. Diferente dos outros, que ficam perto dos limites das zonas Cachinhos Dourados de suas estrelas, Kepler 22b orbita confortavelmente dentro da sua. Pesquisadores da NASA acreditam que a temperatura de sua superfície fique em torno de 22ºC, comparados com os 15ºC (pelo menos por enquanto) da Terra.
Esses três exoplanetas potencialmente habitáveis podem em breve se unir a muitos outros. Nos dois anos e meio desde seu lançamento, Kepler localizou 2.326 planetas candidatos. Cerca de mais 650 foram descobertos por outros instrumentos. Essa pletora permite que astrônomos comecem a elaborar conclusões a respeito do quão comum diferentes tipos de planetas são. Quarenta e oito dos candidatos ainda não confirmados do Kepler parecem orbitar dentro das zonas habitáveis de suas estrelas; desses, dez parecem ser do tamanho da Terra.
O objetivo final, é claro, é permitir que astrônomos cheguem a uma estimativa plausível do número total de planetas na galáxia, do número dos que poderiam conter vida, e da fração destes que poderiam (pelo menos em teoria) sustentar colônias humanas. Se apenas alguns dos planetas potencialmente semelhantes à Terra encontrados pelo Kepler se mostrarem reais, esse terceiro número provavelmente está na casa dos milhões. Com base nas informações preliminares, parecem que existem muitos planetas apropriados.

Fonte: The Economist

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