De volta ao passado


Manifesto nazista deverá ser reeditado

Depois de mais de 60 anos, Mein Kampf, a Bíblia do nazismo, voltará a ser vendida na Alemanha. No próximo 26 de janeiro, trechos do livro de Adolf Hitler, que mistura autobiografia com visões ideológicas do ditador alemão, deverão aparecer numa versão em panfleto de 12 a 15 páginas, editada pelo britânico Peter McGee, junto com comentários de um pesquisador renomado.
Mein Kampf é controverso por disseminar as ideias nazistas e conter passagens racistas e antissemitas. O que poderá causar problemas, já que a Alemanha proíbe a publicação de escritos nazistas (mesmo assim, versões em inglês e alemão do livro se encontram disponíveis na internet). O próprio Mein Kampf está proibido desde 1945, ano da queda do nazismo e do fim da Segunda Guerra Mundial. McGee afirmou que pretende comercializar outras trechos do livro em sequência, em uma tiragem semanal média de cem mil exemplares.
“Todo mundo conhece o livro e o vê como uma Bíblia diabólica nacional-socialista”, justificou. “Mas ninguém a leu e ninguém constatou como se trata de uma obra de péssima qualidade, originária de um pensamento completamente torto”.
O Ministério das Finanças do estado regional da Baviera herdou os direitos autorais depois da guerra, garantindo que a obra não fosse publicada. Um porta-voz do ministério anunciou na segunda-feira, 16, que irá examinar uma possível ação na Justiça para impedir a publicação dos trechos.
Por sua vez, o presidente do Conselho Central dos Judeus da Alemanha, Dieter Graumann, indicou que não está totalmente contra a ideia de uma publicação dos escritos de Hitler. “O ideal é que não haja publicação, mas se houver, que seja acompanhada de comentários de historiadores”. Mein Kampf deve entrar no domínio público em 2015, quando a morte de Hitler completar 70 anos.

Le Monde

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