No Sul e Sudeste:Chove chuva...Chove sem parar!

Se não chover os apagões irão voltar

Lago de Furnas está 11 metros abaixo do normal (Reprodução/G1)

A falta de chuvas está deixando uma das principais fontes de eletricidade do país em seu nível mais baixo desde 2001. A usina hidrelétrica de Furnas está com todas as nove réguas verticais, usadas para medir a capacidade da represa, expostas fora d’agua. Seu nível atual é inferior ao racionamento que houve entre 2000 e 2001.

A represa, que banha 34 municípios em Minas Gerais, está funcionando com apenas 12% da sua capacidade. Se agora, com o início do verão, as chuvas não se intensificarem na bacia do Rio Grande, ficará comprometida toda a geração de energia de um total de 12 usinas. O mesmo acontece com os reservatórios das regiões Centro-Oeste e Sudeste, que estão com 30% de sua capacidade, o nível mais baixo em mais de uma década.

Em 2011, a entidade responsável pelo controle da operação de geração e transmissão de energia, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), apresentou as estatísticas da represa, que funcionava com 68% da capacidade no período de seca. Isso foi possível apenas devido à época de chuvas, que nessa região começa em dezembro e termina em abril, e que encheram os reservatórios da região naquele ano. Este ano é esperado que as chuvas venham com a mesma intensidade. Caso contrário, virá o racionamento.

“Vivemos uma situação absolutamente delicada, mas é leviano dizer se haverá um novo racionamento ou não, pois dependemos da chuva” afirma o presidente da empresa CMU Comercializadora de Energia, Walter Fróes. Em casos de emergência, o sistema brasileiro conta hoje com as 68 usinas termelétricas, movidas a gás e a óleo combustível e construídas após o apagão da década passada. Elas são poluentes e mais caras, mas compõem o sistema de emergência e entram em operação sempre que os reservatórios de água estão em baixa, como na atual situação. O ONS acionou todas as usinas de emergência, afastando uma possibilidade de um novo racionamento, pelo menos a curto prazo.

O consumidor, que sentiria no bolso a queda no preço das tarifas, prevista para o próximo ano, vai perceber que nada mudou no que se refere ao que teremos de pagar para manter em atividade essas usinas: uma despesa de 500 milhões de reais ao mês. Mesmo com elas o sistema energético encontra-se no seu limite, logo as falhas serão frequentes.

Além disso, o país não estaria passando pelo mesmo problema se o desperdício não fosse tanto. Entre questões ambientais, planejamentos de obras não cumpridos e greves, pode ser visto que, apesar de haver projetos de diversificação das fontes de eletricidade, como as Usinas Santo Antônio e Belo Monte, projetadas para funcionarem com represas mínimas para não alagar grandes áreas florestais, e o parque de energia eólica de Caetité, com 184 aerogeradores parados.

O governo paga 100 milhões de reais por semestre por uma energia que não é aproveitada. Desde setembro, regiões de 12 estados ficaram sem luz. A sorte, segundo especialistas, é que o ritmo da economia permanece fraco, principalmente na indústria.Veja

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