Uma ‘escolha médica’ ....

A ‘escolha médica’ de Angelina Jolie


Em artigo para o 'New York Times', atriz revela que passou por uma dupla mastectomia preventiva, uma cirurgia para retirada dos seios

Mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama e dos ovários podem considerar uma mastectomia preventiva como forma de diminuir esse risco. Foi o que fez a atriz Angelina Jolie, que revelou em artigo para o jornal New York Times na ultima terça-feira, 14, que optou pela dupla mastectomia preventiva (retirada de ambos os seios) depois de descobrir, através de uma série de exames médicos (que custam mais de US$ 3 mil dólares nos Estados Unidos, “um obstáculo para muitas mulheres”, ela reconhece), que era portadora de um gene “defeituoso”, o BRCA1. Esse gene, somado a um histórico familiar com alta incidência da doença, podem aumentar significativamente a probabilidade de se desenvolver câncer de mama e dos ovários. No caso da atriz, médicos disseram que ela tinha 87% de chances de ter câncer de mama e 50% dos ovários.

É louvável e corajosa a atitude da atriz, considerada um dos maiores símbolos sexuais de Hollywood, de vir a público com sua polêmica escolha médica. Polêmica porque, afinal, Angelina retirou seios absolutamente saudáveis, mas que para ela eram como duas bombas-relógio. No artigo, a atriz revela seus motivos: “A minha mãe lutou contra o câncer durante quase uma década e morreu aos 56” e “Posso dizer a meus filhos que eles não precisam ter medo de me perder para o câncer de mama”. Angelina tenta não maquiar a complexidade do procedimento. Fala das várias cirurgias por que passou, admitindo que sentiu dores e teve hematomas ao longo do processo e que a maior das intervenções lhe pareceu uma cena saída de um filme de ficção científica.

Exemplo a ser seguido?

No meio do texto, a atriz diz que resolveu tornar pública sua decisão na esperança de ajudar outras mulheres, fazendo com que se beneficiem da sua própria experiência. O que ela intenciona, aparentemente, não é que todas as mulheres com risco de câncer se submetam ao procedimento, mas que façam o teste diagnóstico (US$ 3 mil nos EUA). Ao que tudo indica, Angelina não pretende ser pivô de um efeito dominó que desencadeie milhares de mastectomias preventivas pelo mundo. Diz apenas: “Câncer é ainda uma palavra que planta medo no coração das pessoas, produzindo uma profunda sensação de impotência. Mas hoje é possível descobrir, através de uma análise de sangue, se somos altamente susceptíveis ao câncer da mama e dos ovários e então tomar uma atitude.”

“Não me sinto menos mulher”, escreveu Angelina, antecipando eventuais perguntas daqueles (tantos!) que a veem como símbolo sexual. “Sinto-me mais poderosa porque fui capaz de fazer uma escolha forte que de forma alguma diminui a minha feminilidade.” Angelina mostrou mais uma vez ser uma mulher corajosa. Sua decisão de tornar pública uma escolha médica profundamente pessoal foi ousada e admirável. É para isso que serve o status de celebridade. Talvez Angelina nunca tenha merecido tantos aplausos como agora.New York Times

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