ELEIÇÕES IRANIANAS - Irã se prepara para escolher seu próximo presidente

O atual presidente Hassan Rouhani é o candidato mais forte segundo as pesquisas (Foto: kremlin.ru)

As eleições presidenciais no Irã realizam-se a cada quatro anos. Os candidatos pré-aprovados participam de um processo seletivo destinado a escolher um presidente que não desafie a autoridade do aiatolá Ali Khamenei, o líder supremo do Irã há 28 anos.

Na eleição de 2013, o conselho de religiosos do aiatolá Khamenei proibiu Akbar Hashemi Rafsanjani de concorrer a um terceiro mandato. Desta vez, o ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad, outro candidato a um terceiro mandato, foi excluído da disputa, junto com 1.629 outros aspirantes ao cargo, inclusive 137 mulheres.

Seis candidatos foram autorizados pelo Conselho dos Guardiões da Constituição a participar do primeiro turno das eleições em 19 de maio. O atual presidente Hassan Rouhani é o candidato mais forte segundo as pesquisas de intenções de voto. Desde 1981, todos os presidentes do Irã têm cumprido dois mandatos e, nas eleições parlamentares do ano passado, seus aliados tiveram um bom desempenho.

Ele enfrentará três concorrentes conservadores: o ex-general Muhammad Baqer Qalibaf, atual prefeito de Teerã derrotado por Rouhani em 2013; o ex-ministro da Cultura, Mostafa Mir-Salim, sem grande expressão política; e o clérigo Ebrahim Raisi, que não tem carisma diante das câmeras.

Mas a campanha seguiu um rumo imprevisto. Em pronunciamentos públicos, Khamenei acusou o governo de Rouhani de negligência em relação aos pobres e de se aproximar do antigo inimigo, os Estados Unidos. Os conservadores fizeram críticas à economia, um ponto fraco do governo de Rouhani. Dos US$50 bilhões de investimento estrangeiro prometidos após a assinatura do acordo nuclear em 2015, pouco foi investido. Embora tenha conseguido suspender as sanções econômicas da ONU, as sanções dos EUA impedem que os bancos estrangeiros façam negócios com o Irã. As grandes empresas de petróleo ainda não voltaram a operar em um país com uma das maiores reservas de petróleo e gás do mundo.

Os extremistas alegam que com a vitória de Rouhani os EUA estenderiam seu poder econômico no Irã e a sociedade iraniana ficaria exposta ao “estilo de vida ocidental destrutivo e corrupto”. Ambos os lados exageram. Afinal, o líder supremo tem a palavra final no que se refere à política governamental do país.The Economist

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