ARTE HISTÓRIA

Google lança exposição digital que mostra detalhes invisíveis de Frida Kahlo

EFE/Sáshenka Gutiérrez

A Google lançou na quinta-feira a retrospectiva digital "Caras de Frida", uma exposição interativa que enaltece a obra da artista mexicana para contar a sua história a partir de diferentes pontos de vista, com atenção milimétrica aos detalhes invisíveis.

Na primeira vez que um projeto assim é feito com uma artista do século XX, mais de 800 imagens de pinturas, desenhos, esboços, vídeos, 69 obras de arte e 60 contos interativos são disponibilizados pelos usuários, que podem acessar todo o material no site "https://artsandculture.google.com/project/frida-kahlo?hl".

A gerente do projeto organizado pelo Google Arts & Culture, Luisella Mazza, contou à Agência Efe que a tecnologia utilizada pela empresa americana para escanear Frida permite mostrar "várias interpretações da sua obra e do seu legado". Uma destas tecnologias é o potente "Art Camera", que permitiu aos desenvolvedores captar os quadros em alta resolução, dando aos usuários a chance de observar até mesmo de um aparelho celular pequenos detalhes digitalmente.

Essa é mais uma ferramenta para esclarecer detalhes biográficos da obra de Frida, que morreu em 1954, aos 47 anos, como acontece com o quadro "Autorretrato dedicado a Leon Trotsky", no qual a mexicana se pintou para o comunista soviético com olhar sereno, envolvida em um lenço marrom e com uma carta de amor na mão, que pela primeira vez pode ser vista bem de perto, letra por letra, detalhe por detalhe.

"É uma carta que nos permite saber mais sobre a relação de Frida e León. Nos fala da sua relação, mas também nos dá o sentido de tempo, como quando e onde foi pintada", detalhou Luisella.

Ela destacou a importância de poder descobrir detalhes como estes, muito úteis para comparar com outras obras, para descobrir minúcias invisíveis e assim poder contar a história de uma forma diferente e interativa pela primeira vez.

Esta proximidade mostra cada aspeto, como o medalhão que Frida usa no quadro, ou a porosidade da sua maquiagem nos autorretratos, algo que, na opinião da especialista, ressalta a sua feminilidade com uma expressividade nunca antes vista. A fragilidade da tela e a sua incapacidade de tocá-la transformam a ferramenta do Google em uma luva com o qual se poder observar pela primeira vez cada cor e textura.

Também não faltam em "Caras de Frida" experiências imersivas e histórias interativas narradas pelos curadores da mostra, falando das obras, mas também da vida da artista.

"Unimos elementos interativos como áudio, vídeo, texto, imagens de obras de arte e de recursos virtuais através da tecnologia Street View para contar histórias dinâmicas e interativas, para descobrir as caras de Frida", esclareceu ela.

É claro que toda a mostra é compartilhável através de redes sociais, e é possível, inclusive, selecionar as imagens e vídeos favoritos do usuário para ver novamente, ao mínimo esforço de um clique. Longe de afastar os usuários dos museus, esta coleção digital pretende aproximar as pessoas da arte e gerar um interesse que depois se materialize com a pessoa querendo ter uma experiência física, olhando para a tela frente a frente.

"A experiência digital não quer realmente ser uma repetição, mas uma forma de animar o público", insistiu ela.

Esta vitrine de meandros narrativos foi feita com 33 parceiros do Google Arts & Culture que cederam as obras para digitalização e puseram à disposição da empresa uma incontável equipe de curadores. O resultado final é a possibilidade de explorar muitos lados da controversa vida de Frida Kahlo, "explorar o seu lado mulher ou o seu lado filha, através de cartas, desenhos" e se tornar assim testemunha da sua herança artística.EFE

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