COLÔMBIA EUA

Uribe nega vínculos com narcotráfico e atribui acusação a tempos eleitorais

EFE/Leonardo Muñoz

O ex-presidente colombiano e atual senador Álvaro Uribe negou neste sábado os vínculos com narcotraficantes nos anos 90 revelados por documentos desclassificados do Departamento de Estado dos EUA e atribuiu a publicação dos mesmos porque o país está à beira de eleições.

"Nunca recebi dinheiro para minhas campanhas, pedi que fosse entregue a gerentes que foram pessoas totalmente honrosas", disse Uribe em um vídeo publicado em suas redes sociais.

Segundo os documentos desclassificados, Uribe foi acusado em várias ocasiões por diplomatas americanos de ter vínculos com o narcotráfico nos anos 90.

Uma das comunicações, que datam de 1993, descreve uma reunião de diplomatas americanos com Luis Guillermo Vélez Trujillo, então senador do Partido Liberal, formação política na qual Uribe militava.

De acordo com os documentos, Trujillo explicou ao Governo dos EUA que Uribe tinha recebido "financiamento" para suas campanhas eleitorais ao Senado por parte da família Ochoa Vásquez, membro do Cartel de Medellín que era dirigido pelo narcotráficante Pablo Escobar.

No entanto, o ex-presidente colombiano assegurou hoje que em 1990 sua campanha foi gerenciada por José Roberto Arango.

Além disso, indicou que em 1991, quando aspirava conseguir um posto no Senado, a gerência foi realizada por Arango e Roberto Arenas Bonilla.

"Quando aspirei ao Governo de Antioquia, que raramente, Luis Guillermo Vélez, próximo amigo de Juan Manuel Santos, que agora aparece como um informante contra mim, me apoiou para ser governador", afirma.

Então, segundo lembra, os gerentes foram Guillermo Gómez del Barco e Luis Esteban Echavarría.

Neste sentido, sublinha que com os gerentes definiram "devolver um cheque simplesmente por dúvidas", porque sua norma, explica, era: "É preferível perder do que ganhar com dinheiros ilícito".

Finalmente, conclui que suas campanhas à Presidência foi gerenciado por Fabio Echeverri Correa "com toda honra" e suas últimas campanhas ao Senado Nicolás Echavarría e Victoria Restrepo.

Segundo os documentos desclassificados, o senador Vélez Trujillo também indicou aos americanos que foi Uribe que iniciou contatos com a mãe de Pablo Escobar, enquanto o narcotraficante tentava negociar um canal de comunicação com o então presidente, Cesar Gaviria (1990-1994).

O documento mostra que, segundo Vélez, Escobar exigiu de Uribe através de "Ochoa" que lhe ajudasse a se comunicar com Gaviria "em troca do favor" do financiamento de sua campanha.

"O que tenho que dizer é que manejei a política baseada no trabalho, no esforço, no diálogo com meus compatriotas, com o bom cuidado de não abusar do dinheiro e de ter dinheiro para as campanhas de procedência honrosa e declaradas com transparência", acrescentou Uribe.

O ex-presidente fundou e lidera o partido Centro Democrático, cujo candidato para as eleições deste domingo, Iván Duque, aparece como favorito em todas as pesquisas à frente do esquerdista Gustavo Petro, do movimento Colômbia Humana.EFE

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