SETOR INDUSTRIAL

BNDES registra queda histórica no crédito para indústria

Liberação de créditos está sendo substituído pela iniciativa privada (Foto: Agência Brasil)

Os créditos aprovados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor industrial atingiram o menor índice de sua história. As informações foram divulgadas pelo jornal Valor Econômico nesta sexta-feira, 27.

Os desembolsos para o setor industrial nos últimos 12 meses, com o período se encerrando em junho, atingiram a marca de R$ 13,49 bilhões. Em maio, o resultado era ainda pior, quando atingiu R$ 13,22 bilhões, registrando o menor valor dos últimos 23 anos – com a inflação já calculada.

Segundo economistas ouvidos pelo Valor, parte dos investimentos está sendo substituída pela iniciativa privada. De acordo com o presidente do Banco Ribeirão Preto, Nelson Rocha Augusto, os desembolsos estão sendo “mais do que compensados pelo mercado de capitais”. Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra, confirmou que está “mais vantajoso captar [recursos] no mercado de capitais”.

Para Rocha Augusto, a diminuição de subsídios do BNDES e o alinhamento das emissões de créditos às necessidades das empresas feitas pelo mercado de capitais também justificam a substituição na forma de investimento.

O diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Julio Gomes de Almeida, confirma que a iniciativa privada tem substituído parte dos investimentos, mas destaca que isso não ocorre em “um estalar de dedos”. Gomes de Almeida atribui a diminuição de liberação de créditos do BNDES a três fatores principais: o encarecimento do valor do empréstimo, a recessão e as incertezas eleitorais.

Por outro lado, a liberação de crédito parece apresentar uma leve melhora nos últimos meses. Entre os dois primeiros semestres deste ano, os investimentos quase dobraram, registrando um aumento de 95%. No entanto, o dado pode ser enganoso, já que os setores que puxaram esse crescimento foram o de celulose (463%) e de materiais de transporte (349%). Sem eles, seria registrada uma nova queda.

“Não queremos os subsídios de volta. Mas poderia haver exigências mais flexíveis de garantias, financiamentos mais rápidos para grandes empresas com ratings [classificação de crédito] bons, por exemplo”, destaca Gomes de Almeia.Valor Econômico

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