A cultura de sedução na França


Parte da capa do livro (Fonte: Reprodução)

Romances políticos não faltam, mas um código de silêncio prevalece

Embora não inclua o maior escândalo sexual da vida pública da França, isto é, a prisão de Dominique Strauss-kahn, acusado de ter agredido sexualmente uma camareira de um hotel em Nova York, o grande mérito do livro “La Seduction: How the French Play the Game of Life”, de Elaine Sciolino, é que ele traça o pano de fundo de uma cultura na qual a sensualidade define muito da vida pública.

A sedução na França, diz Elaine, correspondente do New York Times em Paris, é mais do que um jogo: é “uma estratégia essencial para a sobrevivência da França como um país de influência”.

Elaine ressalta que a impopularidade do presidente Nicolas Sarkozy atualmente tem menos a ver com suas promessas não cumpridas do que com o fato de que ele é “um estudo de caso em antissedução”: muito apressado, muito direto, muito hostil para encantar os eleitores franceses.

Código de silêncio
Dentro de uma cultura desse tipo, romances políticos não faltam, mas um código de silêncio prevalece. Por que? Em parte, a autora argumenta, trata-se de um esforço coletivo para não deixar as verdades desagradáveis mancharem a imagem sedutora da França. Em parte porque “os franceses acreditam no direito ao prazer”, portanto toleram o comportamento de busca de prazer.

A diplomacia francesa é “uma sedução interminável”, diz a autora, que descreve até mesmo batalhas com burocratas como um exercício de sedução, graças à promessa de prazer no desfecho. Ao final, Elaine Sciolino, que se considera uma “feminista fervorosa”, é seduzida ao invés de exasperada. A França também a seduziu.

Fontes: Economist

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