Brasil: Um Pais sem miséria


Esgoto a céu aberto em Marambaia, Belém, na Região Norte (Reprodução/ Veja)

IBGE: 45% das cidades brasileiras não têm rede de esgoto

Apesar do recente crescimento da economia brasileira, a questão do saneamento básico permanece um problema em grande parte do país. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 19, o Atlas de Saneamento 2011. O mapeamento, que se baseou em dados de 2008, expôs índices de quantidade e qualidade do abastecimento de água e rede de esgoto em todos os municípios da federação.

O instituto registrou muitos avanços com relação ao período entre 2000 e 2008, principalmente o aumento das redes de água e esgoto. Ainda assim, as discrepâncias de serviço entre a região Sudeste, bem equipada, e as regiões Norte e Nordeste, onde o serviço é de má qualidade, ainda são grandes. Outros problemas são o desperdício e a baixa qualidade do serviço, que afeta diretamente a saúde da população, já que doenças de transmissão hídrica são mais comuns nas áreas de pior cobertura.

Ainda que a rede de abastecimento de água tenha crescido, a qualidade do serviço nem sempre é boa. Em muitas cidades a captação e o tratamento da água são feitos de rudimentar. Cerca de 23% das cidades têm racionamento de água, que em 41% dos casos é constante. Os fatores costumam ser a seca ou a estiagem prolongada – que atingem 66% dos municípios.

Além disso, do ponto de vista ambiental, há um grande problema de desperdício. Segundo o Atlas, o problema é maior nas cidades com mais de 100 mil habitantes, das quais 60% têm níveis de desperdício entre 20% e 50% do volume captado. Nas cidades abaixo de 100 mil habitantes, o desperdício fica na média dos 20%. Ter abastecimento, entretanto não é tudo.

A situação do esgoto é ainda pior. Dos 5.564 municípios, 2.495, ou 44,8%, não possuem rede coletora. O problema atinge grande parte das regiões Nordeste e Norte, principalmente nos estados da Bahia, Maranhão, Piauí e Pará. O índice de tratamento dos resíduos é ainda mais alarmante, só é feito em 29% desses municípios. No Sudeste, 95% das cidades têm coleta, já no Norte só 13% têm coleta e 8% tratamento. No Nordeste, 46% têm coleta (tratamento em 29%) e no Sul a rede está presente em 40% das cidades, e o tratamento em 24%. No Centro-Oeste há coleta em 28% dos municípios, e tratamento em 25%.

Segundo a pesquisa, as desigualdades no abastecimento de água mudaram pouco. “Embora o volume total tenha aumentado em todas as regiões do país, comparando-se com os números apresentados pela Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2000, as diferenças regionais permanecem praticamente inalteradas”, afirma a pesquisadora Amanda Estela Guerra. Em 2008 foram distribuídos diariamente 0,32 metro cúbico de água por pessoa, o que equivale a 320 litros. No entanto, 0,45 m³ desse volume vai pro Sudeste. O Nordeste, recebe apenas 0,21 m³, menos da metade do que recebem os moradores da região mais bem atendida pelo abastecimento.

Fonte: Veja

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