Crime cibernético: o lado negro da rede


A ameaça dos crimes cibernéticos não pode ser descartada (Reprodução/Internet)

Grandes valores e crimes online andam juntos. Uma afirmação desgastada é de que as receitas dos crimes cibernéticos excedem aquelas do tráfico ilegal de drogas. Outro número redondo interessante é o valor de US$ 1 trilhão relativo à propriedade intelectual que, como um senador norte-americano afirmou no começo do ano, é afanado por criminosos cibernéticos todo ano.

É difícil saber que conclusões tirar desses números. Vigaristas online, assim como seus congêneres de carne e osso, não publicam relatórios a cada trimestre. Na ausência de dados fornecidos pelos praticantes, especialistas tendem a ficar para trás em pesquisas de vitimização, normalmente compiladas por empresas que vendem softwares de segurança. Estas têm um toque de interesse próprio a respeito destas: e produzem os tipos de estudos que são amplamente divulgados na imprensa, mas não são revisados por profissionais da área.

Um estudo de dois pesquisadores da Microsoft, Dinei Florencio e Cormac Herley, revela a razão: a distribuição desigual das perdas. A maioria das pessoas nunca teve sua conta bancária violada por criminosos cibernéticos, mas alguns poucos desafortunados tiveram e perderam muito. Isso significa que a perda per capita, que as pesquisas calculam antes de extrapolarem para o cenário nacional, são dominadas por um punhado de grandes assaltos online.

Outros dados podem também ser viesados nessa direção, mas aqueles que os analisam tomam precauções para proteger os seus resultados. Poucas pesquisas de crimes cibernéticos citam a metodologia que usam. Aqueles que expõem seus bastidores não convencem os pesquisadores da Microsoft.

Tais investigações revelaram conclusões muito menos extravagantes do que as afirmações da indústria de segurança de que alguns spammers ganham milhões todos os dias. Stefan Savage,PhD e supervisor da empresa de soluções de segurança Kanich, diz que a indústria de segurança algumas vezes pinta um quadro catastrófico com os números porque têm um interesse em “dizer às pessoas que os céu está caindo”.

Nada disso significa que a ameaça dos crimes cibernéticos pode ser descartada como pura invenção ou que a pessoas devem desligar seus filtros de spam. Mas no grande esquema das ameaças criminais, os chefões hackers não aparentam estar no mesmo patamar que os traficantes colombianos – mesmo que a indústria de segurança deseje o contrário.

Fonte: Economist

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