Pelo Mundo:Como Sonia Gandhi exerce o poder


Sonia se casou com Rajiv, filho da primeira-ministra Indira Gandhi, em 1968 (Reprodução/AP)

Apesar de um par de biografias terem sido publicadas na Índia, Uma vida extraordinária, um destino indiano (An extraordinary life, an Indian destiny), de Rani Singh, é a primeira para o mercado internacional.

Quando Sonia se casou com Rajiv, filho da primeira-ministra Indira Gandhi em Deli em 1968, ninguém antecipava grandes conquistas para ela. Ela era bonita, apresentável e bastante tímida. Como seu marido, teve poucas qualificações acadêmicas. Seu pai foi um construtor em uma cidade na periferia de Turim, Itália.

Hoje Sonia Gandhi é a política mais poderosa da Índia. No começo do ano, quando Sonia iniciou um tratamento no Memorian Sloan–Kattering Center em Nova York, o governo ficou sem rumo. Quando ela retornou à Índia em setembro e prosseguiu como presidente do Partido Congresso Nacional Indiano, da situação, a crise pareceu se estabilizar. A posição de Sonia Gandhi – que pode ser mais bem descrita como uma autoridade dinástica moral – agora origina-se menos do fato de que ela é viúva de Rajiv do que do seu senso intuitivo estratégico e de sua discreta e muitas vezes silenciosa habilidade de afirmar controle político.

É difícil determinar como exatamente ela faz isso. Sonia Gandhi quase nunca dá entrevistas, apesar de que as poucas que deu à televisão indiana foram supreendentemente abertas e diretas, recordando a tragédia do assassinato de seu marido em 1991 e seus próprios ideais sociais inclusivos.

Existem várias dificuldades em relação a esta nova biografia. Singh, uma jornalista baseada em Londres e apresentadora, parece pensar que seu dever como biógrafa é escrever uma defesa hagiográfica de seu objeto de estudo.

O tom entusiástico se estende para a maioria dos membros da família Gandhi.

Quando Indira Gandhi fez uma controversa e repentina decisão de nacionalizar os grandes bancos da Índia, ao leitor é dito simplesmente que multidões dançaram nas ruas em júbilo.

Não há indicação de que Singh tenha tido acesso, durante sua pesquisa, à própria Sonia Gandhi ou a nenhuma das pessoas próximas a ela. O livro mostra pouco entendimento político. Quando a narrativa se torna mais pessoal, são oferecidas ao leitor historietas como esta: “Confrontada com uma série de jarras de sucos naturais, Sonia estudou as opções cuidadosamente: mamão, lima, laranja, manga e água de coco, antes de escolher a última”. A história teria sido diferente fosse outra a escolha?
Fonte: Economist

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